“Utopias da Vida Comum”: Participação Oficial do Brasil na Bienal de Veneza 2021
Intitulado utopias da vida comum, A participação oficial do Brasil na 17ª Bienalle Architettura 2021 tem curadoria do estúdio colaborativo Arquitetos Associados e do designer visual Henrique Penha. A exposição no Pavilhão Brasileiro nos Giardini, em Veneza, começa mapeando utopias existentes em solo brasileiro, desde a visão de mundo Guarani de uma Terra Sem Mal até a contemporaneidade, destacando alguns momentos singulares entre elas.
Concebida antes da pandemia Covid-19, que suspendeu temporariamente a possibilidade de proximidade física em grande parte do mundo, a proposta ganha novos significados no contexto atual e dialoga com o tema geral, do curador Hashim Sarkis: Como vamos viver juntos?
A ideia de utopia perpassa vários momentos da história de pensar e produzir o espaço brasileiro, muito antes de Thomas More cunhar a palavra em seu célebre livro. Na construção dessa narrativa curatorial, buscamos transpor e redefinir o conceito como dispositivo de abordagem do contemporâneo. – Carlos Alberto Maciel.
utopias da vida comum consiste em duas seções mostradas em cada uma das duas salas que compõem o Pavilhão Brasileiro. A sala menor abrigará a seção Futuros do passado, dedicada a dois projetos icônicos da arquitetura moderna e às utopias que os nortearam, construída entre o final do Estado Novo e os anos JK (1946 a 1961). Esta seção apresenta uma interpretação, pelos olhos da artista plástica Luiza Baldan, do Conjunto Habitacional do Pedregulho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, um dos maiores empreendimentos de habitação de interesse social da década de 1940 e altamente inovador para a época, projetado em 1947 por Affonso Eduardo Reidy. Apresenta também o ensaio fotográfico do fotógrafo Gustavo Minas sobre o cotidiano na Plataforma da Rodoviária de Brasília (1957), projetado por Lucio Costa, uma obra inusitada construída na intersecção dos dois eixos que constituem o Plano Piloto da capital federal do Brasil.
A grande sala contará com Futuros do Presente, onde serão exibidos dois vídeos especialmente encomendados para a Biennale Architettura 2021, refletindo utópicamente sobre a ocupação das metrópoles contemporâneas. A primeira, dos diretores Aiano Bemfica, Cris Araújo e Edinho Vieira, apresenta as possibilidades de reapropriação de prédios em bairros centrais de grandes metrópoles. O segundo vídeo, do diretor Amir Admoni, interpreta poeticamente uma ideia de apropriação dos rios e de suas margens concebida pelo projeto Metrópole Fluvial – uma proposta de 2010 para a cidade de São Paulo por um grupo de pesquisa de mesmo nome da Universidade de São de São Paulo Paulo.
Parece que a necessidade urgente de repensar as formas de convivência entre o homem e o planeta em termos ecológicos viáveis e socialmente inclusivos é ampliada pela experiência coletiva imposta pela pandemia, reforçando assim a relevância dos temas que a exposição procura discutir. – Arquitetos Associados
O público poderá visitar a exposição de sábado, 22 de maio, até domingo, 21 de novembro de 2021. Lina Bo Bardi e Rafael Moneo foram selecionados como os destinatários do Leão de Ouro Especial pelo Conjunto da Obra em lembrança da Bienal de Veneza 2021.
Fonte: Fundação Bienal
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