Os números de desmatamento na Amazônia brasileira aumentaram continuamente na última década, mas o sistema de Justiça não conseguiu coibir esse e outros crimes relacionados. Um estudo da ONG Imazon mostra apenas oito por cento dos juízes de primeira instância puniram réus acusados de desmatamento entre 2017 e 2020.
Enquanto isso, 78% dos processos foram arquivados por falta de provas.
Esses casos tratavam de uma área de 231 mil hectares de terras desmatadas, o que levou os promotores a pedir R$ 3,7 bilhões (US$ 685,9 milhões) de indenização.
Há, no entanto, um forro de prata. Em dezembro de 2020, o Superior Tribunal de Justiça – o segundo maior órgão judicial do Brasil – julgou válidas as provas apresentadas pelos promotores (imagens de satélite cruzadas com dados públicos sobre uso da terra).
O tribunal também permitiu que ações com réus indeterminados avancem. Nesses casos, a identidade dos desmatadores não é conhecida. Mas mesmo que um indivíduo não possa ser punido, é importante que o processo prossiga para interromper os esquemas de apropriação de terras e similares na terra em questão.
Na última década, a aplicação das leis ambientais foi reduzida, principalmente sob o governo de Jair Bolsonaro. Dados de agências de proteção mostram que o governo precisaria de dez vezes mais trabalhadores para aplicar adequadamente os controles ambientais – cerca de 60.000 multas ambientais devem expirar sem serem cobradas, com base no estatuto de limitações até 2024.
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