As famílias de Emilly Victoria, 4, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7, morto após ser baleado em casa enquanto brincavam, lamentavam que as meninas fossem vítimas de violência tão jovens. Eles estiveram na manhã deste sábado (5) no IML de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
“É revoltante. Porque tiraram os sonhos de duas crianças”, disse Ana Lúcia Alves de Souza, prima das crianças.
Ela contou que familiares trabalhavam e as meninas brincavam sob a supervisão da avó, na comunidade de Santo Antônio, quando aconteceu o crime.
“A família toda é formada por trabalhadores. Estávamos todos trabalhando. E chegando do trabalho recebemos essa notícia. Eles estavam sendo crianças. Um em cada 4, um em cada 7. Eles eram crianças. Qual criança nunca brincou no portão? Eles estavam sob a supervisão de sua avó e bisavó. Foi um minuto que a avó entrou em casa e aconteceu ”, disse Ana Lúcia.
Apenas a mãe de uma das meninas comparecerá ao funeral da filha. O outro está abalado e não poderá ir ao cemitério.
Emilly Victoria, 5, e Rebeca Beatriz Rodrigues dos Santos, 7, foram baleadas na comunidade do Barro Vermelho, em Duque de Caxias – Foto: Reprodução
Segundo familiares, Rebeca Beatriz foi atingida na cabeça e a mesma bala atingiu o abdômen de Emily Victoria.
A avó de uma das meninas disse que estava voltando do trabalho. As meninas a esperavam na calçada para comprar um lanche quando um carro da polícia passou por volta das 20h. Os familiares disseram não saber se houve algum tipo de assédio, mas apenas viram a polícia atirando.
“Eu estava voltando do trabalho e desci do ônibus. Ouvi pelo menos dez tiros. O ônibus passou e o blazer foi parado e deu aquele mergulho para sair. Ele parou na frente da rua e simplesmente atirou”. disse Lídia Santos, avó da Rebeca.
Os familiares não sabem dizer se houve algum tipo de perseguição na época.
A Polícia Militar informa que uma equipe do 15º Batalhão (Duque de Caxias) estava patrulhando a Rua Lauro Sodré, próximo à comunidade do Sapinho, quando foram ouvidos tiros. Segundo a PM, os agentes não dispararam e a equipa saiu em movimento.
O caso está sendo investigado pela Polícia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Emily faria cinco anos no dia 23 de dezembro e daria a primeira festa para comemorar a data. Seria uma comemoração apenas para parentes, por causa da pandemia do coronavírus.
Como a família estava com dificuldades financeiras, não foi possível realizar uma festa antes. O tema da festa seria a personagem Moana.
A família optou por enterrar a menina com as roupas que ela usaria no funeral.
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