Escrito por Carolina Mandel
São Paulo (Reuters) – O Banco Central do Brasil abriu na terça-feira o caminho para o serviço de mensagens WhatsApp no Facebook para permitir que seus usuários enviem dinheiro uns para os outros usando as redes de cartões Visa Inc e Mastercard, após meses de vetar a tentativa inicial do WhatsApp.
Quando o WhatsApp tentou lançar um serviço de transferência em junho passado, o banco central disse que poderia prejudicar o sistema de pagamento existente no Brasil em termos de competição, eficiência e privacidade de dados, acrescentando que o serviço não conseguiu obter as licenças necessárias.
A briga regulatória foi o mais recente revés para os esforços do Facebook de usar suas plataformas de mídia social para competir com bancos e empresas financeiras, permitindo a rápida transferência eletrônica de fundos.
A aprovação regulatória ocorre meses depois de o banco central lançar seu sistema de pagamentos instantâneos em novembro, chamado Pix, que foi amplamente adotado desde então.
Depois de inicialmente tentar evitar a mudança para uma empresa de serviços financeiros no Brasil e buscar as licenças existentes do banco central para Visa e Mastercard, o WhatsApp sucumbiu à pressão regulatória, obtendo aprovação formal como iniciador de pagamento com Visa e Mastercard como processadores.
As duas redes de cartões também tiveram que obter novas autorizações para funcionar com o aplicativo de mensagens do Facebook, que seria regulamentado pelo banco central.
No entanto, o WhatsApp só pode fazer pagamentos ponto a ponto, não envolvendo comerciantes, ao contrário do serviço Pix gratuito, que pode ser usado para pagar empresas e pessoas físicas. O Facebook ainda está buscando aprovação para trabalhar com comerciantes.
“(Nós) estamos fazendo os preparativos finais para fornecer pagamentos via WhatsApp no Brasil o mais rápido possível”, disse um porta-voz do WhatsApp em um comunicado. A plataforma de mensagens, que tem mais de 120 milhões de usuários no Brasil, não especificou quando começará a oferecer o serviço.
(Reportagem de Carolina Mandel; reportagem adicional de Isabelle Versiani, em Brasília, editado por Christian Plump e Richard Paulin)
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