Semifinal olímpica aumentará a rivalidade entre Brasil e México

Um momento-chave veio na Copa América de 1999: o Brasil estava ganhando por 2 a 1, mas o México pressionava. E com o passar do tempo, a comissão técnica e os suplentes do Brasil se levantaram, pedindo ao árbitro que apitasse o apito final.

Os mexicanos mal podiam acreditar no que viam. O Brasil tinha medo deles! O México perdeu o jogo, mas conquistou muito respeito próprio. Ao longo da história, principalmente naquela Copa do Mundo de 1970 em seu país, os mexicanos olhavam para o futebol brasileiro como uma referência quase intocável. E agora o México foi capaz de colocar uma luva nos deuses.

A população do México é mais da metade da do Brasil, mas é mais de duas vezes e meia a da Argentina. O México contra o Brasil tem potencial para ser o super clássico da América Latina, e a semifinal olímpica de terça-feira é mais um passo nesse caminho.

– Transmita ESPN FC Daily no ESPN + (apenas nos EUA)
– Tabela de jogos e jogos olímpicos masculinos

A tendência sempre foi os brasileiros desprezarem os mexicanos e sua comparativa falta de tradição futebolística. Na Copa do Mundo Sub-17 de 2005, membros da comissão técnica do Brasil se parabenizaram depois da emocionante vitória por 4 a 3 na semifinal sobre a Turquia.

“Acabamos de derrotar o segundo melhor time do torneio”, disse-me um deles. Foi uma análise que ignorou o fato óbvio de que no início do dia o México havia vencido sua semifinal por 4-0. Quando as duas equipes se enfrentaram na final, foi uma vitória fácil para jogadores como Gio Dos Santos e Carlos Vela sobre Marcelo e Anderson. O México venceu por 3-0 e tinha um título mundial em seu nome.

As honras continuam com o Brasil naquele que realmente importa, a Copa do Mundo de seniores. O gol que Pelé marcou contra o México em 1962 pode ser o melhor que ele já fez na competição, uma aula magistral de habilidade, equilíbrio e força. Mais perto de casa, o Brasil saiu por cima quando as seleções se enfrentaram na segunda rodada da Rússia 2018. O empate sem gols entre as seleções quatro anos antes é tão importante quanto. O Brasil teve um início difícil com uma vitória polêmica sobre a Croácia no jogo de abertura de sua Copa do Mundo em casa. Isso pode ser atribuído aos nervos da primeira noite. A segunda partida certamente mostraria o verdadeiro Brasil.

Mas o México – com o goleiro Guillermo Ochoa em ótima forma – segurou-os. Havia sussurros na cabine de imprensa: “Isso é tudo que o Brasil tem?” As dúvidas começaram a surgir no acampamento. Parece justo argumentar que a queda em direção à capitulação extraordinária por 7 a 1 na semifinal contra a Alemanha começou algumas semanas antes contra os mexicanos.

E, é claro, o México pode se animar com a final das Olimpíadas de Londres há nove anos, quando acertou os blocos rapidamente e estabeleceu uma vantagem que o Brasil não conseguiu recuperar. O México agora tem sua própria tradição de ganhar títulos contra o Brasil. E, portanto, não há razão para eles ficarem intimidados ao irem para a semifinal de terça-feira. O mesmo Ochoa está aí para dar a última linha de defesa – contra uma seleção brasileira que luta para colocar o atacante Matheus Cunha a tempo.

Richarlison tem marcado a maioria de seus gols, mas Cunha tem sido tão importante, combinando bem e dando ao ataque uma plataforma de jogo de costas para o gol que pode ser muito interessante para a equipe principal. Ele marcou o único gol das quartas de final contra o Egito, mas puxou a bola no final do jogo com um problema muscular. O Brasil sentirá falta dele se ele estiver ausente, ou mesmo se ele não estiver totalmente apto.

Mas é na outra extremidade do campo que as coisas parecem mais intrigantes. Com 14 gols em quatro jogos, o México possui muito mais poder de fogo do que o Brasil já enfrentou no torneio. O defesa-central do Sevilha, Diego Carlos, parece surpreendentemente fraco na defesa contra cruzamentos, embora seja elegante no terreno. O seu companheiro Nino pode ser apanhado contra o ritmo – e o lateral dessa ala é Daniel Alves, que sempre foi mais conhecido pela capacidade ofensiva e inteligência do que pelo lado defensivo do jogo.

Este é um lado mexicano experiente; a maioria deles jogou pela seleção nacional em nível sênior. Eles também podem dividir a rodada de gols – sete jogadores marcaram até agora. Com sua interação no meio-campo e seu ritmo nas laterais, o México vai fazer algumas perguntas sérias à defesa do Brasil.

A questão de curto prazo é simples; qual dessas equipes estará disputando a partida pela medalha de ouro no sábado? A questão de longo prazo é mais interessante; Onde esta partida deixará Brasil x México em direção a ser uma das grandes rivalidades futebolísticas da América Latina?

Teremos o maior prazer em ouvir seus pensamentos

      Deixe uma Comentário


      Copyright © N1 Sergipe.
      n1sergipe.com.br is a participant in the Amazon Services LLC Associates Program, an affiliate advertising program designed to provide a means for sites to earn advertising fees by advertising and linking to Amazon.com.br. Amazon, the Amazon logo, AmazonSupply, and the AmazonSupply logo are trademarks of Amazon.com, Inc. or its affiliates.
      ….
      N1 Sergipe