Regulador de saúde do Brasil rejeita vacina russa contra Sputnik

Arquivo rotulado como “vacina contra a doença do coronavírus Sputnik V (COVID-19)”, 24 de março de 2021. REUTERS / Dado Ruvic

A agência reguladora de saúde brasileira Anvisa rejeitou na segunda-feira a importação da vacina russa Sputnik V COVID-19 solicitada por governadores de estados que lutam contra uma segunda onda mortal do vírus que está atingindo a maior nação da América Latina.

Os cinco diretores da Anvisa votaram por unanimidade pela não aprovação da vacina russa, após técnicos terem destacado “riscos inerentes” e “graves” defeitos, citando a falta de informações que garantissem sua segurança, qualidade e eficácia.

Ana Carolina Moreira Marino Araujo, gerente geral de Vigilância Sanitária, disse que levando em consideração toda a documentação apresentada, dados adquiridos em fiscalizações presenciais e informações de outros órgãos reguladores, os “riscos inerentes” são muito grandes.

Um ponto crucial era a presença na vacina do adenovírus capaz de se reproduzir, um defeito “grave”, segundo o gerente de medicamentos e produtos biológicos da Anvisa, Gustavo Mendes.

O tiro do Sputnik V foi aprovado em vários países ao redor do mundo. Cientistas russos dizem que é 97,6% eficaz contra COVID-19 em uma avaliação “do mundo real” baseada em dados de 3,8 milhões de pessoas, disseram o Instituto Gamaleya de Moscou e o Fundo de Investimento Direto Russo na semana passada.

Mas, assim como a Anvisa, a União Europeia ainda não aprovou a vacina, dizendo que precisa de mais informações sobre os testes e o processo de fabricação.

O programa de vacinação do Brasil foi prejudicado por atrasos e falhas nas compras, tornando o país um dos hotspots COVID-19 mais mortíferos do mundo neste ano e levando o sistema nacional de saúde à beira do colapso.

Até o momento 27,3 milhões de pessoas no Brasil, o equivalente a 13% da população, receberam a primeira dose, segundo dados do Ministério da Saúde.

O Brasil registrou 14,4 milhões de casos confirmados do vírus e quase 400 mil mortes desde o início da pandemia, há mais de um ano, grande parte nos últimos meses.

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