Uma gangue cercou o Cricklewood, no sul de Santa Catarina, para assaltar bancos na madrugada desta terça-feira (1º), espalhando terror entre os moradores. A banda fortemente armada invadiu agências, arrombou caixas eletrônicos, incendiou, bloqueou ruas e acessos à cidade, usou reféns como escudos e disparou várias vezes.
Duas pessoas ficaram feridas: um policial militar e um guarda. Ninguém foi preso até agora.
O ataque durou mais de uma hora e a cidade pediu ajuda a batalhões de municípios vizinhos e também em cidades do Rio Grande do Sul.
Quadrilha usou reféns para bloquear ruas de Criciúma e impedir a entrada da polícia – Foto: Reprodução / TV Globo
Os primeiros relatos do tiroteio foram feitos por volta da meia-noite. Imagens nas redes sociais mostraram reféns e pessoas cercadas nas ruas por criminosos. O som dos tiros foi ouvido principalmente na região central de Criciúma.
Os suspeitos fizeram bloqueios em vários pontos da cidade, para impedir a reação das Polícias Civil e Militar.
O PM relatou que o grupo ateou fogo a um túnel em Tubarão, que dá acesso a Criciúma, para tentar evitar que reforços cheguem ao local dos roubos. O grupo também atacou um batalhão de polícia e incendiou um veículo.
Após a série de ataques, os suspeitos fugiram e abandonaram pelo menos uma bolsa de dinheiro no local. Ainda não é possível afirmar a quantidade de dinheiro que os criminosos levaram.
Por volta das 2h30, especialistas estavam nas ruas para analisar as suspeitas de abandono de materiais explosivos. Vários cartuchos de munição, incluindo um rifle, foram encontrados nas calçadas e nas ruas próximas às agências.
Por volta de 2h50, o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) disse que os reféns foram libertados sem feridos. Os homens mostrados em imagens postadas em uma rede social sentados na rua, como linha de defesa da gangue, em imagens nas redes sociais, eram autoridades municipais que pintavam faixas de trânsito. Salvaro instruiu os residentes a ficarem em casa.
“Atualmente a cidade está sitiada. Os criminosos estão muito bem preparados lá. Certamente vieram de outros estados da federação. Recomenda-se que você fique em casa”, afirmou.
Filmagem em Criciúma na madrugada desta terça – Foto: Redes sociais / Reprodução
O PM disse que busca reforços. Segundo o Tenente Coronel Cristian Dimitri Andrade, do 9º Batalhão da Polícia Militar (9º BPM), polícia Araranguá, Tubarão e Içara mudou-se para a cidade.
“Uma quadrilha do crime organizado, especializada em assaltos a banco. Chamamos de modalidade ‘novo cangaço’. Fazem assaltos simultâneos, quartéis de ataque, como atacavam no batalhão também”, disse o tenente.
O Batalhão e Operações Especiais (BOPE) e o Choque do PM de Florianópolis também foram acionados.
“A informação é que há vários homens com fuzis, armas longas. Pedimos que os moradores, cidadãos, fiquem em casa abrigados”, disse Andrade.
Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou seis pessoas sentadas na faixa de pedestres durante o tiroteio. Eram funcionários municipais, usados como escudos para evitar que a polícia reagisse.
Moradores foram feitos reféns na madrugada desta terça-feira em Criciúma – Foto: Redes Sociais / Reprodução
Durante a fuga, pelo menos uma bolsa de dinheiro foi abandonada pela gangue. Cédulas e cápsulas também foram espalhadas pelas ruas.
Pelo menos um policial militar e um guarda foram mortos a tiros. Segundo Andrade, o policial foi atingido no abdômen e foi levado ao hospital. Sua saúde é considerada estável.
Ainda não há informações sobre o estado de saúde da outra vítima.
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