Um grupo de manifestantes protesta, desde as 15h desta sexta-feira (20), no centro de Belo Horizonte, contra a morte de João Alberto Freitas, João Beto, em Porto Alegre, RS.
Segundo a Polícia Militar (PM) o homem foi espancado até a morte por funcionários de uma empresa terceirizada, que cuida da segurança da rede de supermercados. As agressões começaram depois que o cliente, que estava fazendo compras com sua esposa, discutiu com um funcionário de um supermercado.
Imagens mostram homem sendo agredido em supermercado de Porto Alegre
Dez minutos após o início do protesto, as portas do Carrefour da Avenida Afonso Pena, esquina com a rua Guajajaras, que estavam abertas, foram fechadas. Por volta das 15h30, já havia cerca de 100 pessoas no ato.
O Rapper Djonga participa de ação contra o racismo no Centro BH. – Foto: Gabriel Senna / TV Globo
O ato tem como slogan “Nossas vidas importam! Pare de nos matar!” e isso acontece no Dia da Consciência Negra. O protesto, organizado pelo Núcleo Rosa Egípciaca Negros, Negras e Indígenas, teve o apoio de pelo menos 14 movimentos sociais de Belo Horizonte e partidos políticos. O rapper Djonga está entre os manifestantes.
“Este não é um caso isolado. Acontece todos os dias desde que o Brasil é Brasil. Hoje era para ser um dia de festa e acordamos com notícias como essa”, disse Djonga G1.
Ele também comentou sobre a nota enviada pelo Carrefour após a morte de João Beto:
“Se eles pensassem que o que aconteceu foi errado, eles mudariam, mas os casos se repetem. Eles gastam muito dinheiro com marketing de inclusão, mas na prática, vemos que o discurso é diferente”, disse.
Protesto contra mortes de negros em Belo Horizonte. – Foto: Willian Augusto / Divulgação
Por volta das 16h, os manifestantes estavam se dirigindo para a outra loja Carrefour, na rua São Paulo.
Manifestantes seguem para o Carrefour pela Rua São Paulo, em Belo Horizonte. – Foto: Gabriel Senna / TV Globo
Ao chegar nesta loja do Carrefour, os manifestantes resolveram entrar, por volta das 16h30, com gritos de guerra como “Não consigo respirar. Pare de nos matar“:
Multidão entra no Carrefour em BH com gritos de protesto contra a morte de João Beto
Essa loja, que fica dentro do shopping Cidade, estava aberta no momento em que os manifestantes entraram. Eles permaneceram lá por cerca de 20 minutos. A Polícia Militar ficou do lado de fora.
Manifestantes entram em loja do Carrefour na rua São Paulo, em um shopping de BH. – Foto: Gabriel Senna / TV Globo
Manifestantes entram em loja do Carrefour na rua São Paulo, em um shopping de BH. – Foto: Gabriel Senna / TV Globo
Por volta das 17h, manifestantes mudaram-se para Praça Sete.
Segundo Luiza Datas, coordenadora geral do DCE UFMG e integrante do Núcleo Rosa Egípciaca, o protesto é um ato simbólico, com intervenções políticas pacíficas e slogans. denunciando o genocídio da população negra e o racismo estrutural.
O Carrefour disse em nota que lamenta profundamente o caso, que iniciou uma investigação interna rigorosa e tomou medidas para garantir que os responsáveis sejam punidos legalmente.
A rede, que atribuiu a agressão aos seguranças, também qualificou o ato de criminoso e anunciou a quebra do contrato com a Vector, empresa de segurança responsável pelo ataque aos funcionários. (Veja a nota completa no final da história)
Protesto ocorre em Belo Horizonte após a morte de João Beto, no Carrefour, RS. – Foto: Gabriel Senna / TV Globo
Protesto ocorre em Belo Horizonte após a morte de João Beto, no Carrefour, RS. – Foto: Larissa Rabelo / Divulgação
Protesto ocorre em Belo Horizonte após a morte de João Beto, no Carrefour, RS. – Foto: Larissa Rabelo / Divulgação
Veja a nota completa do Carrefour
O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também quebrará o contrato com a empresa responsável pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava encarregado da loja no momento do incidente será desligado. Por respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do Sr. João Alberto para dar o suporte necessário.
O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento desse inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa investigação interna e, de imediato, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis fossem punidos judicialmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é permitida, e não aceitamos que situações como essas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo o que aconteceu e iremos acompanhar a evolução do caso, oferecendo todo o apoio às autoridades locais.
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