OSLO, 9 de fevereiro (Reuters) – Cerca de 40.000 brasileiros estão entrando com uma ação em grupo contra a produtora norueguesa de alumínio Norsk Hydro pelo que eles dizem ser poluição de lixo tóxico que a empresa está causando no norte do Brasil.
A ação é movida por um grupo de comunidades que vivem na região do Baixo Amazonas, no estado do Pará, principalmente membros da Cainquiama – Associação Amazônica de Mestiços, Indígenas e Quilombolas – representando cerca de 11 mil famílias.
Eles estão buscando uma compensação pelo que dizem ser “o descarte incorreto de lixo tóxico no rio Murucupi, bem como outros efeitos da presença de instalações da Norsk Hydro na região”, disse seu escritório de advocacia PGMBM, em nota.
A Hydro tem três instalações no Pará: Paragominas, uma mina de bauxita; Alunorte, refinaria onde a bauxita é transformada em alumina; e a Albras, onde as fundições transformam alumina em alumínio.
“As vítimas foram expostas a resíduos tóxicos do processamento do alumínio, que podem causar problemas de saúde, como aumento da incidência de câncer, Alzheimer, doenças de pele, problemas de estômago e diarreia”, disse PGMBM.
A ação, que está sendo movida na Holanda, também se refere a um vazamento ocorrido em 2018 na Alunorte.
No início de 2018, a Hydro se desculpou pelo que considerou um vazamento “completamente inaceitável” de água não tratada durante chuvas fortes na Alunorte, mas negou que isso tivesse resultado na contaminação do meio ambiente local.
A liberação não licenciada de água levou autoridades e tribunais a exigir que a Hydro reduzisse sua produção de alumina da Alunorte, provocando, por sua vez, o desligamento parcial da Albras, resultando em interrupções que duraram mais de 15 meses.
A PGMBM disse que os reclamantes não estavam entrando com o processo no Brasil porque estavam “frustrados com a falta de progresso no sistema jurídico brasileiro”. (Reportagem de Gwladys Fouché, edição de Louise Heavens)
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