A polícia do Rio de Janeiro buscava nesta quarta-feira a prisão de seis pessoas acusadas de envolvimento no roubo de 16 obras de arte avaliadas em mais de 700 milhões de reais (US$ 139 milhões), algumas das quais foram recuperadas.
A polícia disse em comunicado que o grupo roubou as obras de uma viúva de 82 anos, casada com um colecionador e negociante de arte.
A coleção incluiu peças de qualidade de museu dos mestres brasileiros Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti. Um vídeo fornecido pela polícia mostrou que encontraram mais de 10 obras debaixo de uma cama e, no fundo da pilha, estava “Sol Poente” – uma pintura de Amaral de um pôr do sol em tons brilhantes.
“Uau! Olha quem está aqui!” um oficial exclamou enquanto removia o plástico bolha do trabalho. “Oh, pequena beleza. Glória!”
O roubo foi orquestrado pela filha da viúva, segundo o comunicado, que não forneceu o nome de nenhum dos dois. A filha estava entre os presos na quarta-feira, de acordo com a mídia local, que também mostrou imagens de uma mulher tentando escapar por uma janela quando a polícia chegou.
As pinturas não foram roubadas em um assalto, mas sim por meio de um golpe bizarro. Em janeiro de 2020, um autoproclamado adivinho abordou a viúva no bairro de Copacabana e informou que sua filha estava doente e prestes a morrer, segundo o comunicado da polícia.
A viúva, que tem crenças místicas, foi obrigada a fazer transferências bancárias no valor de 5 milhões de reais ao longo de duas semanas para suposto tratamento espiritual. Sua filha, que incentivava os pagamentos, passou a demitir empregadas domésticas para que seus cúmplices pudessem entrar na residência sem impedimentos e retirar as obras de arte. Ao receber ameaças da filha e dos cúmplices, a viúva fez outras transferências bancárias.
Três das obras, avaliadas coletivamente mais de 300 milhões de reais, foram recuperadas em uma galeria de arte em São Paulo. O dono da galeria disse à polícia que os comprou diretamente da filha da viúva e vendeu outros dois para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, segundo o comunicado.
Um assessor de imprensa do museu de renome mundial disse à Associated Press que seu fundador, Eduardo Costantini, comprou as obras para sua coleção pessoal, não para exibição no museu. O museu identificou a viúva como Genevieve Boghici e disse que Costantini manteve contato direto com ela durante a aquisição das pinturas e desde então. ___
O escritor da AP Daniel Politi contribuiu de Buenos Aires
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