SÃO PAULO, 8 de setembro (Reuters) – Propostas da oposição para reverter as privatizações iniciais de refinarias brasileiras enfrentarão forte resistência de seus novos proprietários, com contratos de venda que não oferecem espaço para reversão, disseram três pessoas com conhecimento do assunto à Reuters.
Assessores do principal candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva aventaram a ideia de recomprar refinarias ou nomear diretores nas unidades privatizadas. consulte Mais informação
A campanha de Lula ainda não entrou em contato com os novos donos das refinarias vendidas pela estatal Petróleo Brasileiro SA (PETR4.SA) (Petrobras), segundo as três fontes, que pediram anonimato devido à sensibilidade do assunto.
Registre-se agora para ter acesso GRATUITO e ilimitado ao Reuters.com
A Mubadala Investment Company, que comprou a RLAM, a maior refinaria vendida até agora, está atualmente investindo para aumentar o uso da capacidade e não está interessada em vender, disse um deles. O investidor do estado dos Emirados Árabes Unidos pagou US$ 1,8 bilhão pela RLAM, a refinaria da Bahia.
A RLAM estava usando cerca de 70% de sua capacidade quando a Mubadala a comprou, e a reforma atualmente em andamento visa aumentar a utilização da capacidade para mais perto de 100%, acrescentaram fontes.
Embora Mubadala não recuse as negociações se a Petrobras tentar recomprar a refinaria, as chances de concordar em vendê-la são pequenas, segundo as fontes.
Mubadala e Petrobras não comentaram imediatamente o assunto. A campanha do ex-presidente Lula disse que o país precisa reduzir a dependência da importação de combustíveis e uma “nova estratégia para expandir a capacidade de refino local, incluindo modernização de refinarias e conclusão de obras paralisadas”. A campanha acrescentou que investimentos em novas refinarias podem ser considerados, mas não no curto prazo, e que um novo governo planeja construir uma nova política para a Petrobras.
A Petrobras vendeu outras três refinarias menores. A Six, uma refinaria de xisto no estado do Paraná, no sul do país, foi comprada por US$ 33 milhões pela F&M Resources do Canadá. A Lubnor, no Ceará, foi comprada por US$ 34 milhões. No ano passado, a refinaria Reman, no estado do Amazonas, foi vendida por US$ 189,5 milhões para o grupo local Atem. Os adquirentes não comentaram imediatamente o assunto.
Os contratos de venda das refinarias também não dão margem para o governo nomear membros do conselho ou influenciar a administração, acrescentaram as pessoas.
Governos anteriores liderados pelo Partido dos Trabalhadores de Lula adotaram políticas econômicas pouco ortodoxas, mas não quebraram contratos ou ameaçaram investimentos estrangeiros no país.
Registre-se agora para ter acesso GRATUITO e ilimitado ao Reuters.com
Reportagem de Tatiana Bautzer Edição de Brad Haynes e Diane Craft
Nossos padrões: Os Princípios de Confiança da Thomson Reuters.
“Guru da comida. Fanático por bacon. Apaixonado por tv. Especialista em zumbis. Aficionado freelance da cultura pop.”