Montevidéu (AFP) – Quatro países sul-americanos lançarão nesta terça-feira uma candidatura conjunta sem precedentes para sediar a Copa do Mundo de 2030, com a esperança de trazer a peça final global de volta ao seu primeiro lar.
A intenção de licitar Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile está em formação há muito tempo.
Há mais de três anos, eles se comprometeram a criar um comitê organizador local para coordenar com a CONMEBOL, órgão regulador do futebol sul-americano, o planejamento de sua candidatura.
Mas demorou até agora para que a candidatura “Juntos 2030” fosse oficializada.
Centra-se no desejo de “trazer a Copa do Mundo de volta ao seu lar original: a América do Sul”, disse o presidente da CONMEBOL, Alejandro Dominguez.
A primeira edição da Copa do Mundo, em 1930, foi realizada no Uruguai e vencida pelos anfitriões, derrotando a vizinha Argentina por 4 a 2 na final.
A candidatura conjunta sul-americana visa sediar a final de 2030 no mesmo estádio Centenário que sediou a primeira partida pelo título 100 anos antes.
“Para nós, deveria ser chamado de Copa do Mundo Centenário de 2030”, disse o ministro do Esporte do Uruguai, Sebastian Bauza.
“O que temos que focar é na Copa do Mundo do Centenário. A comemoração dos 100 anos da primeira Copa do Mundo será aqui. De volta à lenda, de volta às suas raízes!”
Se for bem sucedido, porém, os dois torneios não poderiam ser mais diferentes.
Em 1930 havia apenas 13 times e todo o torneio era disputado na mesma cidade — Montevidéu — em apenas três estádios.
Em 2030, haverá 48 equipes com cerca de 15 estádios usados nos quatro países.
Se for bem-sucedido, será a primeira vez que quatro países sediarão a Copa do Mundo.
O torneio de 2026 já foi concedido a três países – Canadá, México e Estados Unidos.
Apesar de a região da América Latina ser uma das mais atingidas pela pandemia de coronavírus, a ministra do Esporte do Chile, Alexandra Benado, insistiu em entrevista publicada na segunda-feira que os quatro países continuam em condições de sediar o torneio.
“Nossa proposta será austera e sustentável e atenderá às demandas da Fifa”, disse Benado ao jornal El Mercurio.
A candidatura conjunta da América do Sul provavelmente enfrentará pelo menos duas outras propostas.
Espanha e Portugal apresentaram oficialmente uma candidatura conjunta, enquanto o Marrocos insistiu repetidamente que se tornará o segundo país africano a sediar as finais.
O Reino Unido e a República da Irlanda decidiram em fevereiro abandonar uma candidatura conjunta que teria cinco federações membros da FIFA sediando o torneio.
Também houve conversas provisórias sobre uma oferta israelense ao lado dos Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
A última Copa do Mundo a ser sediada na América do Sul foi o Brasil 2014.
Mais da metade das 21 finais da Copa do Mundo já realizadas foram na Europa, mas ainda este ano o Catar sediará as finais, apenas a segunda vez que será na Ásia.