Mumbai: A ditadura parece estar voltando ao Brasil, segundo o diretor brasileiro Gustavo Galvão, que também disse que filmes independentes que não condizem com a ideologia do atual governo não são mais financiados.
Galvão disse ainda que 700 a 800 projetos de cinema estão presos na lama burocrática do financiamento do governo, acrescentando que embora a censura no Brasil não seja direta, foi uma época difícil ser um cineasta no Brasil.
Galvão falava aos repórteres à margem da 51ª edição do Festival Internacional de Cinema da Índia, que sediou a estreia asiática de “Ainda temos a noite negra profunda”.
“Estamos enfrentando um momento muito difícil no Brasil. Não estamos enfrentando diretamente a censura, mas já passamos por esse processo … Na América Latina, em geral, você não pode fornecer dinheiro privado para a produção independente. Você precisa de financiamento público”, afirmou. Disse Galvão.
“Portanto, este governo deixou muito claro desde a vitória que não financiará filmes dos quais discordem ideologicamente. Eles podem fazer isso. Mas não podem fechar o sistema que nos dá dinheiro para filmar”, acrescentou.
Ele não é o único que sofre censura por meio de verbas restritas, disse Galvão.
“Entre 700 e 800 (filmes) projetos estão agora parados no Brasil. Era difícil mesmo antes da pandemia. Depois veio a epidemia, e claro que ninguém está filmando e estamos em uma situação desesperadora”, disse Galvão.
Galvão disse ainda que o Brasil viveu uma ditadura nas três décadas que se estendeu dos anos 1960 aos 1980, mas acrescentou que enquanto os políticos vão e vem, a arte é permanente.
“Mas aqui estamos. Temos dificuldades, mas continuamos inovando, continuamos escrevendo … É sobre isso. Como resistimos, como continuamos lutando, continuamos criando, continuamos produzindo. acontece o tempo todo.
Os políticos vêm e vão. A arte ainda existe. “
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