O Caminho do Peabiru, ou Caminho de Peabiru, era um caminho de 4.000 km de extensão que ligava o Oceano Atlântico ao Pacífico.
Embora a rota exata esteja em debate, a maioria concorda que ela vai da costa do Brasil, passando pelo Paraguai, Bolívia e Peru, até a costa norte do Chile. Acredita-se que existam três pontos de partida para a trilha no Brasil: São Paulo, Paraná e Santa Caterina.
O antigo caminho é misterioso, há décadas as pessoas tentam descobrir quem o construiu. Arléto Rocha passou um tempo considerável pesquisando o caminho e orientou o percurso. Ele escreveu que, embora o caminho possa ter sido uma trilha transcontinental, existem várias ramificações da rota principal. Esses caminhos menores se interligam e uma vez levaram a assentamentos indígenas. “Teremos continuamente [new] teorias. A certeza sobre o curso total do Peabiru é problemática, porque mudou no longo prazo”, explica a paleóloga brasileira Claudia Parellada.
Origens da trilha
Alguns pesquisadores acham que a trilha remonta a 10.000 anos, para caçadores-coletores paleo-índios. Outros acreditam que data de 400 EC. Há também um punhado de teorias mais por aí, de que os vikings ou Tomé, o Apóstolo, criaram a rota.
Em uma coisa todos concordam, o caminho é mais do que uma trilha. Tem um aspecto espiritual; segue o nascer e o pôr do sol. Na cultura Guarani, o paraíso (Yvy Marãey) está localizado do outro lado da água onde o sol nasce. Suas lendas descrevem os caminhos interligados como um reflexo da Via Láctea. A complexa rede de caminhos liga a busca Guarani pelo paraíso ao Império Inca.
Embora o caminho tivesse um significado divino para o povo Guarani, mais tarde foi utilizado pelos colonizadores. Após o naufrágio do marinheiro português Aleixo Garcia em 1524, ele percorreu a rota com uma força de 2.000 guaranis. Ao longo do caminho, ele saqueou ouro, prata e estanho. Os historiadores acreditam que ele chegou à região inca quase 10 anos antes de Francisco Pizarro.
À medida que as lendas de metais e minerais preciosos chegaram à Europa, muitos mais europeus desceram pelas trilhas, explorando as comunidades locais para enriquecer.
Restauração
Muitos dos caminhos estão agora cobertos por vegetação densa ou novas cidades e estradas os destruíram. Mas, desde 2016, o Governo do Paraná começou a dar vida ao caminho.
Os trabalhadores do projeto Caminhos de Peabiru começaram pesquisando os registros históricos, culturais e arqueológicos da trilha. Estão em processo de abertura de um trecho de 1.550km que passará por 86 municípios e 29 distritos administrativos. O Caminho do Peabiru será dividido em três ramais, o primeiro terá 800km de Paranaguá a Peabiru, o segundo 450km de Peabiru a Foz do Iguaçu, e o terceiro levará você de Peabiru a Guaíra.
Eles estão mapeando trilhas de dificuldade variada ao longo dos caminhos originais. Para atrair ciclistas e caminhantes, eles escolheram trilhas que passam por cachoeiras dramáticas, vistas de montanhas, rios sinuosos e edifícios históricos.
O chefe de gabinete, Guto Silva comentou: “Os incas e os guaranis se comunicavam por essa trilha no período conhecido como Antes de Cristo, guiados pela Via Láctea. Para os Guarani, era a terra sem mal e para os Incas, era o caminho para buscar a fonte do sol. Temos no Paraná uma maravilha de conexão humana, social, espiritual, econômica e histórica.”
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