O brasileiro Al Miras pode vencer a Copa do Mundo de Clubes?

Na última Copa do Mundo de Clubes em 2019, os torcedores do Flamengo viajaram do outro lado do mundo, do Rio de Janeiro a Doha, para apoiar seu clube nas Finais Mundiais. Eles venceram a final da Copa Libertadores de uma forma emocionante contra o River Plate, um passo decisivo para realizar o sonho de mais uma vitória sobre o Liverpool. Em 1981, os ingleses Rio e Zico venceram por 3 a 0 na Copa Intercontinental.

No final, Roberto Firmino garantiu a vitória da Inglaterra com um cabeceamento na prorrogação, mas a participação do Flamengo foi extremamente benéfica. Na América do Sul, a Copa do Mundo de Clubes é importante: chegar e vencer a Final é o ápice do que o clube pode conquistar. É melhor do que qualquer vitória em competições locais ou regionais. É por isso que Neymar e Santos não paravam de falar em jogar contra o Barcelona em 2011 ou porque os 30 mil torcedores do Corinthians viajaram para Yokohama um ano depois. Afinal, é uma chance de ficar cara a cara com os melhores jogadores da Europa e, de forma indireta, ter mais direitos de se gabar em casa.

É isso que torna a Copa do Mundo de Clubes deste ano ainda mais importante para o Palmeiras. Eles nunca conquistaram um título mundial, embora afirmem que ganhar um campeonato internacional em 1951 é considerado um. Na verdade, os rivais domésticos Santos, São Paulo e Corinthians, seus arqui-rivais, podem apontar vitórias na Copa Intercontinental ou seu equivalente hoje.

O Santos de Pelé estava entre os melhores clubes do mundo na década de 1960. Em 2005, Minero escapou de São Paulo pela armadilha do impedimento para acertar o Liverpool e sete anos depois Paulo Guerrero levou o Corinthians à glória contra o Chelsea. Essas duas vitórias seguiram um esquema de esmagamento: as seleções brasileiras sentaram e deram socos no contra-ataque.

É o modus operandi que o Palmeiras vai usar no Catar também. A equipe do técnico Abel Ferreira é discreta. Na final da Copa Libertadores no último fim de semana, eles ficaram felizes em sentar e esperar o momento. O adversário, o Santos, não encontrou o caminho do sucesso e a partida rapidamente se transformou em uma guerra de desgaste, apenas Palmeiras e Bruno Alves marcaram aos dez minutos dos descontos.

Existe, é claro, outro motivo pelo qual os clubes brasileiros tendem a contra-atacar na Copa do Mundo de Clubes. Os imperativos econômicos significam que seus melhores jogadores deixam o país muito jovens. Privados dos melhores talentos, eles não podem se igualar à qualidade e destreza dos campeões europeus ou, às vezes, dos campeões de outros continentes. Em 2019, o Flamengo lutou na semifinal contra o campeão asiático Al Hilal, da Arábia Saudita. O Rio precisou de 78 minutos para assumir a liderança antes de vencer por 3-1.

Desde 2000, o tetracampeão sul-americano foi eliminado nas semifinais. River Plate, Atlético Nacional, Atlético Mineiro e Internacional têm esses recordes nada invejáveis.

Na semifinal deste domingo, o Palmeiras não se importará em jogar contra o Tigres UANL do México. O campeão asiático da CONCACAF, Ulsan Hyundai, foi merecidamente nocauteado, mas faz um jogo de posse de bola e conta com o atacante francês André-Pierre Gignac no ataque. Caberá ao Palmeiras, que pode tentar escolher os mexicanos em repouso.

Os tigres nunca serão menos estimulados. Nenhum time da América do Norte e Central chegou à final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA. “Sabemos que podemos fazer história e queremos fazer história”, disse Gignac, que marcou 144 gols em 244 jogos desde que ingressou na seleção mexicana por transferência gratuita em 2015.

Uma saída precoce seria incomensurável para o Palmeiras, trazendo vergonha e humilhação para dentro de casa. No papel, os brasileiros são os favoritos com um elenco que reúne experiência e talento, mas a história mostra que a passagem para a final e o sonho datam com o Bayern de Munique – com a condição de que os alemães derrotem o Al-Ahly nas semifinais. – não virá. Fácil.

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