Novo estudo sinaliza riscos representados por soja de origem insustentável

A soja, que se originou na China, é a maior fonte mundial de proteína para ração animal e a segunda maior fonte de óleo vegetal depois da palma. Oitenta por cento da produção global vem dos Estados Unidos, Argentina e Brasil e – desde a virada do século – as terras dedicadas à sua produção aumentaram 57% na Argentina e 160% no Brasil. De acordo com os pesquisadores, grande parte do crescimento do setor de soja da América do Sul foi inspirado pelo aumento da demanda da China, que aumentou suas importações do continente em 2.000% nos últimos 20 anos – uma tendência que provavelmente continuará devido ao comércio restrições entre a China e os EUA, que antes era a principal fonte das importações de soja da China.

Os pesquisadores observam que essa demanda é exacerbada pelo aumento da produção pecuária na China, à medida que aumenta a demanda por carne, e dizem que para suprir o déficit na China causado pelas restrições no comércio com os EUA, chegam a mais 13 milhões são necessários hectares de terra para o cultivo da soja.

Para avaliar o crescimento geral do setor de soja na América do Sul, o novo estudo combinou observações de satélite e dados de campo de amostra para revelar que a área do continente produtor de soja aumentou de 26,4 milhões de hectares para 55,1 milhões de hectares.

Segundo os autores, a maior parte dessa expansão da soja ocorreu em pastagens originalmente convertidas de vegetação natural para a pecuária, enquanto a expansão mais rápida ocorreu na Amazônia brasileira, onde a área de soja aumentou de 0,4 para 4,6 milhões de hectares. Em todo o continente, 9 por cento da perda florestal foi devido à conversão em soja em 2016. O desmatamento causado pela soja concentrou-se nas fronteiras ativas, quase a metade localizada no Cerrado brasileiro – o que sugere preocupações sobre a conversão de ecossistemas biodiversos em monoculturas, que têm um impacto muito maior no uso da água e nas emissões de gases de efeito estufa.

“Os esforços para limitar o desmatamento futuro devem considerar como a expansão da soja pode impulsionar o desmatamento indiretamente, deslocando pastagens ou outros usos da terra. Abordagens holísticas que rastreiam o uso da terra em todas as commodities, juntamente com o monitoramento da vegetação, são necessárias para manter os serviços essenciais do ecossistema ”, recomendam os pesquisadores.

Em 2019, vários dos maiores produtores mundiais de alimentos aquáticos – Skretting, BioMar, Cargill e Mowi – prometeram parar de usar soja produzida em áreas desmatadas da América do Sul. Mais recentemente, Mowi anunciou planos para levar esta política um passo adiante – assinando um acordo em 2020 que estipula que, a partir do terceiro trimestre de 2021, seus fornecedores não comercializarão soja cultivada em terras desmatadas, incluindo terras legalmente desmatadas.

“Com a situação atual do Brasil, onde a proteção da Amazônia e do Cerrado está sendo deliberadamente desmantelada, devemos nos assegurar de não negociar com fornecedores de soja que contribuam para esse desenvolvimento inaceitável. Com este anúncio, garantimos que nossos fornecedores, bem como nossas cadeias de abastecimento, estão limpos ”, disse Catarina Martins, diretora de sustentabilidade da Mowi, na época.

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