Discreta, mas “insubstituível” presença no meio-campo, Jorginho foi a pedra angular do renascimento da Itália de fracassos na Copa do Mundo a candidatos à Euro 2020.
Jorginho se classifica para a Itália graças ao avô, natural da região norte de Vicenza. AP
Presença discreta, mas “insubstituível” no meio-campo, Jorginho foi a pedra angular do renascimento da Itália de fracassos na Copa do Mundo para candidatos à Euro 2020, com uma semifinal contra a Espanha aguardando em Londres, no Chelsea, na terça-feira.
Integrante do contingente brasileiro da Azzurra, junto com o companheiro de seleção Emerson Palmieri e o zagueiro do Atalanta Rafael Toloi, Jorginho, nascido na cidade de Imbituba, trouxe o talento técnico de seu país natal para sua Itália adotiva.
“Com o Jorginho, tudo parece simples. Ele é essencial para esta equipe, intocável”, disse o parceiro de meio-campo Marco Verratti.
“Jorginho e Verratti são dois fenômenos e fazem a equipe mudar”, continuou o meio-campista do Inter de Milão Nicolo Barella, que marcou o primeiro gol na vitória por 2 a 1 sobre a favorita Bélgica, que colocou a Itália nas quatro finais.
“Este meio-campo, junto com o do Inter de Milão (campeão da Série A), está entre os mais fortes em que já joguei. Criamos rivalidades entre nós que nos levam a fazer melhor e vencer”, acrescentou Barella.
Contra o tricampeão europeu, será mais uma batalha, já que a Itália busca aumentar sua invencibilidade para 33 jogos consecutivos e se aproximar de um título conquistado pela última vez em 1968.
“Com a Espanha será um jogo difícil, somos duas equipes semelhantes e ambas querem jogar a bola”, continuou Barella.
O lateral-esquerdo Leonardo Spinazzola, outro dos motores por trás da corrida da Itália na Euro 2020, vai sair depois de romper o tendão de Aquiles contra os Red Devils.
O santista Emerson, outro vencedor da Champions League com o Blues, provavelmente assumirá esse papel esta semana.
Jorginho se classifica para a Azzurra graças ao avô, natural da região norte de Vicenza.
“Sinto que tenho a técnica brasileira com a bola, mas a mentalidade italiana de sempre treinar forte e vencer”, disse Jorginho.
Tal como em Stamford Bridge, onde a sua parceria com o francês N’Golo Kante inspirou o clube inglês à vitória na Champions League sobre o Manchester City, o jogador de 29 anos é o precioso trabalhador paralelo dos azzurri.
Apelidado de “Professor”, ou “Rádio Jorginho” por causa de suas instruções vocais em campo, ele é um dos únicos dois jogadores de linha a ter disputado as cinco partidas pelo Euro, com o zagueiro Leonardo Bonucci.
“Ele tem uma personalidade forte, em uma equipe ele é realmente o comandante”, disse à AFP o ex-diretor esportivo do Hellas Verona, Mauro Gibellini, que o avistou ainda criança no Brasil.
Gibellini havia criado uma escola de futebol no país sul-americano.
Não hesitou ao ver o menino de 12 anos, que teve como primeiro treinador sua mãe, ex-futebolista, durante um torneio na cidade de Jorginho.
Depois de alguns anos nesta escola no Brasil, Jorginho chegou na Europa e Hellas Verona onde jogou na Série B e depois na Série A.
Ele então se juntou ao Napoli por quatro anos a partir de 2014, onde floresceu sob o comando de Maurizio Sarri, que seguiu para o Chelsea.
“Jorginho nunca mudou, quando criança jogava da mesma forma que joga hoje”, continuou Gibellini.
“Ele tem uma grande qualidade, antes que a bola chegue, já sabe para onde conduzir o jogo. Não precisa de tocar na bola mais do que uma ou duas vezes.
“Ele joga de cabeça erguida. Ele dita o ritmo inclusive na defesa, quando tem que pressionar e levantar o time.
“Mesmo que ele não seja poderoso e não muito rápido, ele compensa com sua inteligência.”
Desde 2018, Jorginho está no Chelsea, vencendo a Liga Europa em 2019 ao lado de Sarri, antes da vitória na Liga dos Campeões na última campanha com Thomas Tuchel.
“Gostaria de sentir as mesmas emoções com a seleção nacional”, disse o jogador internacional por 33 vezes.
“Este grupo se parece com o Chelsea, é maravilhoso, eles estão com tanta fome e querem provar alguma coisa, desde os mais novos aos mais experientes.
“Esta é também a minha primeira grande competição com a Itália e quero mesmo jogar bem”.
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