Um logotipo do Whatsapp impresso em 3D é colocado em uma placa-mãe de computador nesta ilustração tirada em 21 de janeiro de 2021. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo
BRASÍLIA, 29 de julho (Reuters) – Promotores brasileiros pediram nesta sexta-feira à plataforma de mensagens WhatsApp que adie o lançamento no Brasil de seu novo recurso chamado Comunidades até janeiro para evitar a disseminação de notícias falsas durante e imediatamente após a eleição do país em outubro.
Os procuradores federais disseram que o alcance ampliado da nova ferramenta ocorre “em um momento em que notícias falsas sobre o funcionamento das instituições e a integridade do sistema eleitoral brasileiro podem colocar em risco a estabilidade democrática do país”.
O MPF, como é conhecido o Ministério Público Federal, disse que Comunidades poderia prejudicar as medidas eficientes tomadas pelo WhatsApp nos últimos anos para conter a disseminação de notícias falsas.
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O WhatsApp é uma das plataformas de mensagens que os apoiadores do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro mais usam para se comunicar, organizar comícios e divulgar suas opiniões. Bolsonaro busca a reeleição, mas está atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva na eleição mais polarizada do Brasil em décadas.
O serviço de mensagens de propriedade da Meta Platforms concordou em abril em adiar o lançamento da nova plataforma até depois de uma votação esperada no segundo turno no final de outubro.
Mas o MPF disse em comunicado que isso não foi suficiente para mitigar os “graves riscos que um aumento da desinformação pode gerar… nos últimos dois meses do ano”.
Um porta-voz do WhatsApp disse que a empresa continuará avaliando cuidadosamente o melhor momento para lançar a nova plataforma e responderá devidamente ao pedido das autoridades.
O MPF disse que o WhatsApp está instalado em 99% dos smartphones no Brasil.
O novo recurso ampliaria o número de usuários dos atuais 256 para 512, permitindo o envio de mensagens para 2.560 pessoas de uma só vez. Isso aumentaria a capacidade dos usuários de viralizar o conteúdo, disse o MPF.
Os promotores observaram que a criptografia de ponta a ponta do WhatsApp impede que os responsáveis pela plataforma monitorem e moderem o conteúdo das mensagens trocadas nela.
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Reportagem de Anthony Boadle; Edição de David Holmes
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