BRASÍLIA – Após pressão sobre o governo federal para acelerar os planos de início da vacinação no país, o Ministério da Saúde informou na noite desta segunda-feira, 7, que avançou nas negociações de 70 milhões de doses do imunizante contra covid-19 desenvolvido pela farmacêutica americana Pfizer e a alemã BioNTech. O total, previsto para 2022, é suficiente para 35 milhões de brasileiros – são necessárias duas doses para cada pessoa. A Pfizer relatou 95% de eficácia do produto em testes.
“Os termos já estão bem adiantados e devem ser finalizados no início desta semana com a assinatura do protocolo de intenções”, disse o ministério, que se reuniu com representantes do laboratório para discutir o memorando na segunda-feira. Não há detalhes sobre o preço.
A gerência Jair Bolsonaro anunciou na semana passada que planejava iniciar a vacinação apenas em março, o que gerou críticas. Mas na Europa e até na Países latino-americanos, as autoridades previram o início das campanhas ainda este ano. O Reino Unido começa hoje.
O governo apostou na vacina da Universidade de Oxford, que tem parceria com a Fiocruz (100,4 milhões de doses). Mas os cientistas admitiram erros e a necessidade de expandir os testes para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. O portfólio também tem doses para 10% da população da Covax (42,5 milhões de doses), consórcio liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas ainda sem prazo.
O ministério havia sinalizado que os 70 graus negativos para o armazenamento da vacina da Pfizer eram uma barreira. Mas a empresa diz que tem um plano de armazenamento – uma embalagem de 5.000 doses e temperatura controlada que usa gelo seco. A vacina duraria 15 dias.
As quatro fases iniciais do plano de vacinação anunciado pelo governo incluíram idosos, indígenas, trabalhadores da saúde, professores do ensino fundamental, entre outros grupos. O governo estima, ao longo de 2022, imunizar 51 milhões de brasileiros – ou seja, as doses da Pfizer não seriam suficientes para completar esse plano.
O ministério já investiu cerca de R $ 2 bilhões para receber e produzir as doses da vacina de Oxford. Também reservou R $ 2,5 bilhões para receber doses para 10% da população por meio da Covax. Nas redes sociais, Bolsonaro disse nesta segunda-feira que imunizará toda a população de graça e sem compromisso, horas depois do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu adversário político, divulgar calendário de vacinação no estado. O ministro Eduardo Pazuello deve se reunir hoje com os governadores para tratar das vacinas.
O prefeito, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que espera votar até a quinta medida provisória pela qual a Câmara poderá participar na definição da estratégia de vacinação. Ele não mencionou qual seria a MP, mas uma das medidas que aguardam deliberação é 1.003, o que dispensa a adesão ao consórcio Covax. “Vamos avançar de qualquer maneira (no debate sobre vacinação) porque o STF também vai avançar”. / PUPO AMANDA COLABORADO
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