O diretor brasileiro Gustavo Galvão disse que seu último filme, “Ainda Temos a Noite Negra Profunda”, é um reflexo do atual clima político do país e visa combater a censura e a ditadura por meio da arte.
O drama é sobre a história de um trompetista que saiu de Brasília (capital do Brasil), cansado de lutar com uma banda de rock. “We Still Have the Deep Black Night” estreou na Índia no 51º Festival Internacional de Cinema da Índia (IFFI).
Galvão disse que os artistas independentes no Brasil estão “passando por um momento difícil”, com falta de verbas, censura crescente e fechamento de espaços de arte.
Quando questionado se foi o clima do país que desencadeou o filme, ele disse ao PTI: “ Na Índia, você tem um sistema forte, pode obter dinheiro especial para filmes independentes. Mas não é o caso da América Latina, onde você precisa de dinheiro público. Este governo deixou claro que não financiará filmes que não estejam de acordo com ele ideologicamente. A produção de cerca de 800 filmes foi encerrada. Galvão, que aqui vai ao festival, disse que rodou o filme em 2017, logo no início da ‘onda de censura’. Poucos dias antes das filmagens, disse o diretor, a artista foi presa por sua atuação e a situação se assemelha a uma completa “ditadura”.
“Passamos por tempos difíceis dos anos 1960 aos 1980 por causa da ditadura e agora ela voltou. Mas aqui, ainda estamos passando por um momento difícil, ainda estamos inovando, estamos escrevendo. De alguma forma, o filme ganhou tamanha importância no Brasil, porque é sobre como resistir e continuar lutando através da arte. ””.
“Ainda temos a noite negra profunda” é estrelado pelos músicos e atores Ayla Gresta, Gustavo Halfield, Stephen Lange, Marat Descartes e Vanessa Gusmão.
O filme se tornou um veículo de apoio de Galvão à comunidade musical de Brasília, onde nasceu e foi criado. O diretor, que também é ex-integrante da banda, disse que Brasília é a capital do rock do Brasil, mas a cidade, que vem tentando encontrar sua identidade por meio da música, tem sofrido com o fechamento de casas de show.
“Existe uma política do governo para fechar locais que proíbem a música e evitar o que eles chamam de“ barulho ”. Me incomodou muito porque sou da cidade.
Então decidi fazer esse filme sobre esse jovem músico. Eu tive que fazer isso para mostrar solidariedade com eles (os artistas). ”
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