UMA Vitória por 1 a 0 sobre o Coritibaesta quarta-feira deu alívio e esperança ao Corinthians não Futebol. A equipe chegou a 29 pontos e saiu da zona de rebaixamento, saltando para a nona colocação. Cauteloso, técnico Vagner Mancini lembra que o Timão ainda pode perder posições com a complementação da rodada, mas vê chances de brigar por uma vaga na Libertadores de 2022.
Em entrevista após o triunfo sobre o Coxa, Mancini apontou crescimento no desempenho do Corinthians analisou a situação da equipe na classificação:
– Estamos felizes com as seis posições, mas temos mais jogos. Sonhamos diariamente e projetamos sempre o melhor para o Corinthians. Neste momento, a seqüência de vitórias nos dará a chance de lutar por outra situação. Nos últimos jogos, estamos evoluindo. Podemos ter como objetivo avançar, mas teremos trabalho. Não é da noite para o dia que você marca pontos importantes e chega ao G-4. É com trabalho, persistência. Mas faltam algumas vitórias para que possamos sair definitivamente dessa situação – comentou.
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Vagner Mancini, técnico do Corinthians, durante jogo contra o Coritiba – Foto: Rodrigo Coca / Ag. Corinthians
O comandante alvinegro foi questionado sobre a possibilidade de escalar as meias Luan e Cazares juntos e explicou que isso ainda não é possível:
– Eles podem jogar juntos, sim. O futebol também exige a parte técnica. Mas, naquele momento, talvez não. Estou com o Cazares voltando de lesão, ele ainda não está 100% do que a gente sabe que ele pode fazer, aos poucos vamos dando mais tempo pra ele. Mas seria bom ver ele e Luan juntos tocando, mas por enquanto acho que ainda é cedo – ele ponderou.
Na frente de Coxa, Mancini levou a campo uma formação inédita, com três volantes (Gabriel, Xavier e Roni) e Lucas Piton atuando de forma mais avançada, como atacante de esquerda. Segundo o treinador, as trocas foram relacionadas especificamente a este jogo, e não necessariamente serão mantidas nas outras partidas.
– A opção do Piton e do Roni foi entender a partida, a estratégia que foi traçada. Isso não quer dizer que o Corinthians sempre jogará assim, há jogos e jogos. Estudamos o Coritiba e vimos que era um time que marcava no bloco rasteiro e não teríamos espaço. Então teríamos que ter jogadores técnicos, com força, mas técnicos. Não velocistas, porque não teríamos os espaços. Supostamente teríamos (espaço) se saíssemos na frente, e se tivéssemos vantagem no segundo tempo. Aconteceu quando optamos pelo Everaldo, o Gabriel Pereira, para que tivéssemos um pouco mais de velocidade na frente, já que a ideia do primeiro tempo era ter a posse de bola e atacar com consciência, sabendo que teríamos que ter uma equipe equilibrada. Fizemos uma primeira parte bonita, podíamos ter decidido o jogo – comentou o treinador.
Comentando as constantes mudanças no ataque, Vagner Mancini reconheceu que precipitou a estreia de Jonathan Cafú. O jogador entrou no segundo tempo da partida contra o Atlético-MG e estreou no Grêmio, mas não saiu do banco no duelo contra o Coritiba.
– Não são testes, vamos conhecendo os jogadores com o tempo, são 40 dias. Pouco tempo para algumas coisas e bom tempo para outras. Tenho procurado buscar informações diárias em treinamentos e jogos, o jogo é uma ótima experiência de aprendizado quando você chega durante a competição. Tenho dado oportunidade a todos. Quando eu escolher 11, eles terão a chance de iniciar o jogo. Tenho o Otero, que hoje foi suspenso, testei essa função que o Piton já havia feito nos treinos, tudo o que fazemos nas lutas que testamos antes. Vejo atletas com características para outras funções e dentro disso procuramos encontrar os 11 melhores para nos fortalecermos nas partidas. O banco é importante, dá opções no início.
– A opção hoje de não usar o Jonathan Cafú foi porque eu, Mancini, acelerei o processo com ele. E não posso ser injusto com o atleta, o Jonathan Cafú na semana do Atlético-MG estava fora do banco, e quando perdemos o Vital e o Jô ele se ofereceu para entrar mesmo não estando em condições. E acabei usando o atleta de forma precipitada, tenho que dizer isso. Tenho que dar a ele algum tempo para se preparar. Ele não jogava há muito tempo e isso pode atrapalhar sua passagem pelo Corinthians, é bom dar essa explicação. Mas você pode retomar, entrar nas partidas, acho difícil no momento sair de jogo, mas você pode entrar ter condição de lutar em igualdade de condições com os demais atletas – argumentou o treinador.
O Corinthians larga no fim de semana e volta a campo na quarta-feira, contra o Fortaleza, fora de casa.
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Seguem outros trechos da entrevista de Vagner Mancini:
– Vi o Corinthians sofrendo um pouco na parte física no final da partida, talvez por causa do jogo contra o Grêmio, que fizemos uma boa parte do jogo com dez homens e depois com nove e não foi no final . Tivemos que administrar a carga de treinamento na segunda e terça-feira para que os jogadores estivessem inteiros. Foi uma grande atuação no primeiro tempo, física, tática e técnica. Na segunda etapa a equipe sentiu, eu sabia que teria que fazer as cinco substituições e elas foram pensadas ao longo do jogo, mas também antes. Sabíamos que talvez alguns estivessem exaustos antes de 90 minutos.
– Cássio não se machucou, sentiu desconforto no aquecimento. Optamos pela entrada do Walter, mas se tivéssemos optado pelo Cássio, ele teria condições de jogar. Temos dois guarda-redes ao mesmo nível. Foi uma decisão tomada em São Paulo. Cássio teria condições de jogo. Foi a opção mais prudente. Se Walter tivesse que sair, Cássio entrava. Talvez ele não tenha acertado o gol. Mas eu poderia participar do jogo, sim.
– O Gabriel é um atleta que ainda não tinha usado porque não estava disponível. Quando ele ficou, entendemos que ele deveria estar na lista. Conhecemos todas as suas dificuldades no clube, tem um futuro promissor. O Jô jogou 90 minutos porque no segundo tempo perguntei se ele agüentava. Sua presença é importante por “quaisquer” razões na área. Rivalizante na área, Jô é uma peça importante. Ele se comprometeu com a marca, correu muito e fez um jogo interessante. Sabíamos que ele estaria mais cansado. Temos sete dias (até o próximo jogo), podemos recuperar todos.
Desempenho no primeiro semestre
– Tivemos que corrigir a parte tática, manter o time equilibrado. Hoje temos maior poder de marcação porque os atletas entenderam as duas marcações: adiantada e atrasada. Teremos que usar também. Vem com o amadurecimento da equipe tática. Hoje tínhamos um jeito de jogar bola nos pés, propondo um jogo diferente. Foi o que aconteceu no primeiro tempo contra o Grêmio. Foi importante para nós dominarmos o jogo. Tivemos chances de matar o jogo no primeiro tempo. Fruto do movimento, do atleta saber onde o outro tem que estar. Isso está muito além do treinamento tático. Variação pelos lados. Não só Fagner, mas Fábio com Piton. Triangulando com Piton. Roni e Fagner. Aos poucos, o Corinthians está se ajustando. No final, por causa do cansaço, fizemos menos. Sou exigente. Não podemos jogar de forma reativa. Temos que propor e hoje mostramos que é possível.
– O Corinthians não tinha defeitos, mas só consertar. Foi muito mais positivo do que negativo. “Defeito” dá a impressão de algo mal feito no jogo. Do outro lado está um rival que também está tentando e está em um momento difícil, que tentou de todas as formas gerar desconforto. Vi o Corinthians no primeiro tempo e no segundo. Levaria “muito” para sempre no segundo. Estávamos jogando com nove contra o Grêmio, ninguém é máquina, ninguém é ferro. Fizemos as cinco trocas para não correr risco de lesões e ter manutenção do sistema. É natural marcar o gol e o rival jogar no segundo tempo, gerando cuidados. O cuidado foi bem administrado. Não vi o Corinthians sofrer. Assim como o Grêmio, ele sofreu porque tinha dois a menos. Hoje, ele sofreu nas bolas aéreas. Hoje, não fomos dominados. Isso me dá a certeza de que a equipe está evoluindo.
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