O juiz da Suprema Corte determina que o presidente Jair Bolsonaro deve enfrentar uma investigação por acusações de que o sistema eleitoral brasileiro está marcado por fraudes.
Um juiz da Suprema Corte do Brasil decidiu que o presidente Jair Bolsonaro deveria ser investigado por fazer alegações não comprovadas de que o sistema de votação eletrônica do Brasil está crivado de fraudes, adicionando o líder de extrema direita a uma investigação em andamento sobre a divulgação de notícias falsas por seu governo.
A decisão da quarta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes veio depois que Bolsonaro intensificou seus ataques de longa data ao sistema de votação do Brasil, alegando sem evidências que ele está marcado por fraude generalizada.
Bolsonaro, que está sob pressão crescente em meio à pandemia de COVID-19 e viu uma recente queda na popularidade, disse que não haverá eleições presidenciais no próximo ano, conforme planejado, se o sistema não for revisado.
Ele liderou um esforço para imprimir recibos de papel depois que as cédulas eletrônicas forem lançadas na eleição do próximo ano, e milhares de seus apoiadores se reuniram em cidades por todo o Brasil no fim de semana passado para apoiar sua demanda.
Mas os principais juízes e outros especialistas do país sul-americano rejeitaram as alegações de Bolsonaro, dizendo que o sistema de votação eletrônica introduzido no Brasil em 1996 é livre de fraudes.
Críticos acusaram o líder de extrema direita de tentar semear dúvidas antes das eleições para poder contestar os resultados. Pesquisas recentes mostram que Bolsonaro está atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que deve desafiá-lo nas urnas.
O Tribunal Superior Eleitoral do Brasil disse na segunda-feira que investigaria o presidente por abuso de cargo, uso indevido de canais de comunicação oficiais, corrupção, fraude e outros crimes em potencial em seus ataques ao voto eletrônico.
Mas Bolsonaro revidou um dia depois, dizendo que se recusa a ser intimidado e que o Brasil está sob um “ataque interno”.
“Vou continuar a exercer o meu direito à liberdade de expressão, de criticar, de ouvir e, sobretudo, de responder à vontade do povo”, disse aos apoiantes do lado de fora do palácio presidencial.
Bolsonaro, um cético do COVID-19 que rejeitou os apelos para impor medidas restritas de bloqueio para conter a propagação do vírus, enfrentou protestos em massa exigindo seu impeachment, pois o Brasil foi devastado pela pandemia.
Uma comissão do Senado brasileiro lançou em abril uma investigação sobre a forma como o governo está lidando com a crise do coronavírus, que matou mais de 558.400 pessoas até o momento, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Bolsonaro, desde então, enfrentou alegações de corrupção e perguntas sobre supostas irregularidades na compra do estado de vacinas COVID-19 da Índia. O presidente negou qualquer irregularidade.
Enquanto isso, o novo chefe de gabinete de Bolsonaro, Ciro Nogueira, disse que o governo relançaria um ambicioso programa social de combate à fome e à pobreza antes das eleições do próximo ano.
Bolsonaro, que jurou Nogueira como seu assessor mais próximo na quarta-feira, disse que planeja aumentar os benefícios do popular programa social Bolsa Família em pelo menos 50% e rebatizá-lo de Auxilio Brasil.
A antiga doação em dinheiro, apresentada pela primeira vez por Lula, beneficia milhões de brasileiros pobres, que enfrentaram dificuldades crescentes durante a pandemia.
Bolsonaro trouxe Nogueira, um líder do Partido Progressista de centro-direita, para seu gabinete para obter apoio no Congresso enquanto se preparava para as eleições de 2022. “Sua nomeação mostra que o governo quer um relacionamento melhor com o Congresso”, disse o presidente.
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