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Brasília (AFP)
O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, prometeu aos índios Yanomami em declarações divulgadas no domingo que não haverá mineração em suas terras a menos que eles queiram.
As declarações do presidente de direita surgem em meio a denúncias dos Yanomami de que suas terras estão sendo confiscadas e eles próprios estão sendo atacados por mineradores ilegalmente.
“Se você não quiser minerar, não haverá mineração. Há irmãos indígenas em outros lugares, dentro e fora da Amazônia, que querem minerar, que querem cultivar a terra, e nós vamos respeitar seus desejos”, disse Bolsonaro disse em um vídeo divulgado no domingo de uma reunião que teve na semana passada com lideranças Yanomami.
O governo está preparando uma lei para regulamentar a mineração em terras atribuídas aos povos indígenas.
O povo Yanomami vem alertando desde o ano passado para as condições tensas em sua vasta reserva de 96 mil quilômetros quadrados, espalhada pelos estados de Roraima e Amazonas e onde vivem cerca de 27 mil indígenas.
Grupos de defesa indígena e organizações conservacionistas dizem que as terras dos povos indígenas estão sendo invadidas com o incentivo dos comentários públicos de Bolsonaro.
Na reunião da semana passada, o presidente disse que o Exército defenderia os direitos dos Yanomami, mas não fez menção aos ataques de garimpeiros.
A mineração ilegal, uma das principais causas da destruição da região da bacia amazônica, aumentou 30% no ano passado em terras Yanomami, arruinando uma extensão equivalente a 500 campos de futebol, disse um relatório publicado em março pela Associação Hutukara Yanomami.
Há semanas, indígenas nas terras Yanomami e Mundurucu denunciam os ataques de garimpeiros ilegais.
Um juiz da Suprema Corte ordenou na semana passada que o governo Bolsonaro tomasse as “medidas necessárias” para proteger essas terras.
© 2022 AFP
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