O Sr. Aiub argumentava regularmente que as pessoas deveriam poder expressar qualquer opinião, não importa quão abominável. Essa visão atraiu críticas no ano passado, quando ele sugeriu que ter opiniões racistas não deve ser crime. (No Brasil, comentários e ações racistas são crimes.) A reação levou um aplicativo de entrega de comida a desistir de seu patrocínio.
Então, seus comentários na segunda-feira passada desencadearam uma controvérsia muito maior. “A esquerda radical tem muito mais espaço do que a direita radical, a meu ver. Ambos devem ter espaço”, disse ele durante a conversa com dois parlamentares. “Acho que um nazista precisa ter um partido nazista reconhecido por lei”, acrescentou. “Se um cara quer ser antijudeu, acho que ele tem o direito de ser.”
André Lajst, cientista político e diretor executivo da StandWithUs Brasil, um grupo pró-Israel, disse que os comentários eram perigosos por causa da história de perseguição aos judeus e do tamanho do megafone de Aiub. “Foi uma declaração dirigida a um grupo perseguido. Há milhares e milhares de pessoas ouvindo”, disse ele.
“E se você colocar a segurança do público em risco”, acrescentou, “isso vai gerar uma reação”.
Nas horas após a explosão da controvérsia, Aiub postou um vídeo de desculpas que culpou seus comentários sobre o quão bêbado ele estava. O barman do show deu a ele “uma bebida muito louca”, disse ele. “Eu nem sei o que era, para ser honesto, mas funcionou.”
Em uma entrevista dois dias depois, ele estava mais arrependido.
“O ponto que eu ia fazer naquele dia era sobre a Primeira Emenda nos Estados Unidos. Mas eu defendi isso de uma maneira muito ruim, de uma maneira estúpida”, disse ele. “Quero garantir que sou totalmente contra qualquer tipo de preconceito.”
Seu próximo plano? Inicie um novo podcast. E, se ele pode sonhar, faça uma participação especial no programa do Sr. Rogan. “Seria uma tremenda honra falar com ele”, disse ele. “Preciso de um pouco de ajuda internacional.”
Leonardo Coelho contribuiu com reportagem.
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