Jair Bolsonaro, do Brasil, permanece desafiador em relação à COVID-19 e ao meio ambiente na ONU

Ao subir ao pódio nas Nações Unidas em Nova York, o líder de extrema direita do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, permaneceu desafiador contra suas muitas críticas.

“Vim aqui para mostrar um Brasil diferente do que é mostrado nos jornais e na televisão”, disse ele à Câmara. “O Brasil mudou, e muito, desde que assumimos o cargo em janeiro de 2019.”

A ONU está trabalhando fora de um “sistema de honra” – e apenas isso – para garantir que os líderes mundiais tenham sido vacinados antes de falar na reunião anual. O próprio Bolsonaro não foi vacinado e não escondeu isso. Ainda assim, na terça-feira, ele teve permissão para prosseguir com seu discurso pessoalmente.

Até agora, sua viagem à cidade de Nova York para a Assembleia Geral da ONU parece ser tudo menos um sucesso para o Brasil, seus líderes ou a imagem do país após vários erros no início desta semana.

Primeiro, um membro da equipe do Bolsonaro testou positivo para COVID-19 quando eles chegaram à cidade de Nova York dias antes da delegação do Brasil chegar para o encontro de líderes mundiais.

O então ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, que foi vacinado em março, ele compartilhou também testou positivo para COVID-19. Isso poucas horas depois de acompanhar Bolsonaro em Nova York.

Em seu discurso na terça-feira, Bolsonaro não mencionou seu próprio estado de vacinação e se concentrou principalmente na desinformação quando falou sobre o coronavírus. Ele também rejeitou as críticas ao péssimo desempenho político e ambiental de seu governo.

Bolsonaro apóia tratamentos COVID não comprovados na fala

Durante toda a pandemia, o Brasil foi freqüentemente um dos países com o maior número de infecções, perdendo apenas para os Estados Unidos por algum tempo. De acordo com o rastreador COVID-19 global da Universidade Johns Hopkins, O Brasil sofreu 591.440 mortes pelo vírus até a manhã de quarta-feira.

As autoridades lidaram com o baixo suprimento de oxigênio, hospitais superlotados e baixas taxas de vacinação. Em junho, um inquérito governamental exposto Manipulação incorreta de Bolsonaro da pandemia de coronavírus. O relatório revelou que houve mais de 14 vezes em que seu governo deixou de comprar ou rejeitou ofertas para vender vacinas ao Brasil no início.

Mas durante o discurso de Bolsonaro na ONU esta semana, ele chegou a recomendar tratamentos não comprovados e ineficazes para o coronavírus.

“Desde o início, no meu país, alertei que tínhamos dois problemas a resolver, o vírus e o desemprego, e que ambos os problemas deviam ser resolvidos simultaneamente e com o mesmo sentido de responsabilidade”, disse.

Bolsonaro disse a mídia brasileira havia acabado de “politizar” o vírus e causar pânico.

“Sob os lemas ‘fique em casa’ e ‘vamos cuidar da economia mais tarde’, quase trouxeram o caos social para o país”, disse. “Mas nosso governo, em um passo ousado, colocou em prática várias medidas econômicas que evitaram um mal maior.”

Bolsonaro disse não entender por que muitos países e a mídia rejeitaram tratamentos não comprovados e ineficazes para o coronavírus, dizendo que ele próprio havia tomado esses medicamentos após se infectar.

“A história e a ciência saberão como cobrar responsabilidade de todos”, acrescentou.

Existe um sério risco de propagação do COVID entre os líderes mundiais

Outro ministro de Bolsonaro compartilhou uma foto da delegação comendo uma fatia de pizza na calçada da cidade de Nova York.

Em uma cidade frequentemente famosa por seus restaurantes, é incomum encontrar um líder mundial comendo uma fatia em trânsito. Mas para um Bolsonaro não vacinado e sua comitiva, eles serão limitados em suas opções de refeições, dada a exigência da cidade de que os clientes internos sejam vacinados.

O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, na segunda-feira, colocou Bolsonaro em alta por participar da reunião anual.

“Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo mais notavelmente o Bolsonaro do Brasil, que se você pretende vir para cá, você precisa ser vacinado”, disse de Blasio durante um briefing diário.

Depois que imagens de Bolsonaro e sua delegação desfrutando de uma fatia da calçada foram compartilhadas nas redes sociais, de Blasio respondeu no Twitter, pedindo que Bolsonaro seja vacinado.

Também permanece o risco de propagação do vírus depois que, antes da quarentena, Queiroga foi filmado apertando a mão do primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Johnson se encontrou na terça-feira com o presidente Biden na Casa Branca.

De acordo com a jornalista brasileira Raquel Krähenbühl, mais cedo naquele dia Queiroga estava na mesma van que o ministro das Relações Exteriores do Brasil que se encontrou com o secretário de Estado Antony Blinken.

Krähenbühl também compartilhou que Queiroga estava hospedado no mesmo hotel que o presidente Biden.

O suposto registro ambiental está em desacordo com a realidade

Em outra parte de seu discurso, Bolsonaro procurou impulsionar o recorde do país no meio ambiente.

“Qual outro país do mundo tem uma política de proteção ambiental como a nossa?” Bolsonaro perguntou.

Mas sob sua liderança, houve um aumento no desmatamento na Amazônia. No ano passado, a Amazônia brasileira perdeu uma área 14 vezes o tamanho da cidade de Nova York para o desmatamento. É o máximo em 12 anos. Em parte, isso se deve ao fato de que Bolsonaro enfraqueceu as agências ambientais do governo no combate à mineração e extração ilegal de madeira.

Partes da floresta amazônica também estão liberando mais dióxido de carbono do que absorvem.

Marcio Astrini, diretor executivo do Observatório do Clima, um grupo guarda-chuva de ONGs ambientais, contado O guardião esta semana que Bolsonaro distorceu as estatísticas na tentativa de defender seu histórico ambiental.

“Isso simplesmente não é verdade – é uma mentira”, disse Astrini sobre a alegação de Bolsonaro de que 84% da floresta amazônica estava intacta. “Alguém inventa esses números e o presidente os repete”.

Astrini disse que a única coisa que pode levar a melhorias no Brasil é a renúncia de Bolsonaro.

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