BRASÍLIA, 5 de outubro (Reuters) – O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, vai fornecer aos promotores e ao Supremo Tribunal Federal provas voluntárias de que ele não infringiu leis ou teve conflitos de interesse em relação a investimentos offshore, disseram seus advogados na terça-feira.
A afirmação vem depois de Guedes ter sido citado em reportagens do consórcio de veículos de notícias que cobriam o chamado depósito de dados “Pandora Papers”, que desencadeou uma investigação preliminar por procuradores do Brasil.
O inquérito inicial da Procuradoria-Geral da República (PGR) não indica qualquer crime.
Os advogados de Guedes afirmam que o ministro se retirou da gestão do veículo de investimento offshore Dreadnoughts em 2018, renunciando a qualquer participação nas decisões financeiras da empresa. Acrescentaram que Guedes não movimentou dinheiro para o exterior desde que entrou para o governo.
O investimento offshore foi relatado pela primeira vez pela revista brasileira Piauí e pelo site de notícias El Pais Brasil, que faziam parte de um consórcio de mídia que vasculhava mais de 11,9 milhões de registros, totalizando cerca de 2,94 terabytes de dados.
O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), uma rede de repórteres e organizações de mídia sediada em Washington, DC, disse que os arquivos estavam vinculados a cerca de 35 líderes nacionais atuais e anteriores e a mais de 330 políticos e funcionários públicos em 91 países e territórios .
Não disse como os arquivos foram obtidos, e a Reuters não pôde verificar de forma independente as alegações ou documentos detalhados pelo consórcio.
Reportagem de Maria Carolina Marcell; escrito por Stephen Eisenhammer; Edição de Stephen Coates
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