O número de incêndios na floresta amazônica do Brasil atingiu um pico de 15 anos em junho, apesar da promessa do país no ano passado de parar o desmatamento até 2030. A temporada de queimadas começou no mês passado, e o ritmo de limpeza da floresta ainda é rápido. Dado que agosto e setembro são tipicamente os meses de pico de incêndios no Brasil, as condições podem piorar este mês. A maior floresta tropical do mundo está sendo destruída pelas seguintes razões.
O que causa o incêndio?
Na úmida e tropical selva amazônica, os incêndios normalmente não ocorrem como na Europa ou nos EUA. Em vez disso, para limpar a terra, os agricultores desmatam as florestas e iniciam incêndios nas árvores, que às vezes ficam fora de controle.
Por que esta época do ano?
Na Amazônia, a estação seca é mais intensa em agosto e setembro, tornando os incêndios mais difíceis de apagar. O alívio geralmente vem com o início da estação chuvosa em outubro.
Papel das mudanças climáticas
No passado, a floresta virgem permaneceu úmida o ano todo e resistiu aos incêndios. No entanto, o aumento das temperaturas e as condições mais secas causadas pelas mudanças climáticas tornam mais difícil controlar os incêndios.
Piorou desde 2019
Sim. Desde que o presidente de direita Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019 e pressionou para remover as leis ambientais, os incêndios florestais pioraram. Seu governo reduziu o financiamento para organizações ambientais, restringiu sua capacidade de combater o crime e dificultou o processo de emissão de multas ambientais. Segundo especialistas, sob Bolsonaro, fazendeiros, pecuaristas e especuladores de terra se sentem livres para danificar a floresta sem enfrentar consequências.
Segundo Bolsonaro, a mineração e a agricultura devem ser permitidas em áreas protegidas da Amazônia para combater a pobreza. Sua abordagem revolucionária para preservar a Amazônia, que envolvia o uso de militares para patrulhar a floresta, não teve efeito sobre a devastação.
Este ano será diferente?
Em outubro, o Brasil terá eleições presidenciais. Especialistas preveem que, como aconteceu antes das últimas quatro eleições, à medida que funcionários do governo cortejando votos relaxando a regulamentação ambiental, a devastação da floresta aumentará antes dessa votação. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um esquerdista conhecido por ter uma postura mais agressiva contra o crime ambiental, está atualmente na liderança. Segundo analistas, isso pode incentivar um aumento dos crimes florestais enquanto Bolsonaro estiver no poder.
Ciclo vicioso de fogo e mudanças climáticas
Sim. A queima da vegetação remanescente da floresta causa a maior parte do dióxido de carbono liberado durante a remoção de árvores antigas na Amazônia, o que contribui para o aquecimento global. O desmatamento é responsável por cerca de 9% das emissões de CO2 causadas pelo homem, portanto, reduzi-lo drasticamente é crucial para combater as mudanças climáticas, segundo os cientistas.
De acordo com uma análise do ano passado, as emissões da destruição de florestas serão responsáveis pela maior parte do aumento de 9,5% nas emissões de gases de efeito estufa do Brasil em 2020. O Brasil pretende usar suas florestas para produzir compensações de carbono para cumprir seus compromissos de redução de emissões globais. De acordo com a pesquisa, as florestas tropicais antigas têm uma capacidade muito maior de armazenar carbono do que as terras recém-desenvolvidas. De acordo com algumas estimativas, um hectare de floresta virgem contém 176 toneladas de carbono, em comparação com apenas 5 toneladas ou menos em campos de soja ou pastagens, 44 toneladas em florestas recém-plantadas em dez anos e 176 toneladas em florestas intocadas.
(com informações de agências)
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