Para uma família ativa, a arquiteta Marilia Pellegrini projetou uma casa para acomodar as agitadas agendas de férias de crianças, amigos e parentes – que passam, ficam e enchem a casa de agitação feliz. (A vila, localizada em um empreendimento residencial na cidade de Porto Feliz, São Paulo, serve de casa de campo para seus proprietários, um casal do Rio de Janeiro.) No processo, Pellegrini redesenhou quase todos os elementos da casa original – apenas sua estrutura básica sobreviveu.
No total, a propriedade dispõe de sala de estar, cozinha, lavanderia, piscina e estúdio para os funcionários da casa. (E para não mencionar, cinco suítes.) A grande sala de estar se abre para um terraço igualmente espaçoso com uma grande área de jantar ao ar livre e uma cozinha ao ar livre e churrasqueira. No interior, a sala está dividida em vários espaços diferentes: há um espaço de estar, bar, área de TV, além de mesas de jantar íntimas e longas que podem acomodar até uma dúzia de convidados. A área de jantar se abre para uma cozinha contígua que pode ser escondida, parcial ou totalmente, atrás de painéis deslizantes feitos de madeira e fibra de tucum. É uma das poucas partições neste enorme espaço com múltiplas funções. Afinal, nesta casa de fim de semana, os moradores optam por morar cercados de familiares e amigos.
Os materiais utilizados e seu tratamento bruto – madeira fossilizada em uma parede, pedra basáltica para os pisos, aço corten e pequi pranchas de madeira como revestimento de paredes – aproximam a família da natureza. A madeira fossilizada foi montada sem juntas, enquanto as tábuas de pequi apresentam suas formas irregulares. (No resto, as lajes de pedra basáltica são montadas com junções muito finas, dando a ilusão de um só piso.) De destacar também a escadaria que conduz ao piso superior e foi construída em carvalho. Esse mesmo tipo de material se estende ao piso em parquet e marcenaria dos quartos. A barra do console, esculpida em um pedaço grosso de pequi maciço, tem uma borda livre irregular.
Designers brasileiros de renome estão bem representados dentro da vila. Pense em Claudia Moreira Salles e Jean Gillon, com sua poltrona e pufe Jangada de 1968. Enquanto o mobiliário alterna entre peças clássicas de grandes designers e peças contemporâneas, obras de artistas como Antonio Bandeira, Maria Polo e José Bechara pontuam o espaço. A escultura de Vanderlei Lopes no corredor é composta por dois “fluxos” de latão polido, que trabalham para criar a aparência de ouro líquido. Eles servem como um lembrete de que nesta casa relaxante, tudo e todos podem coexistir, seja amigos e familiares, ou elementos de design do passado ou do presente.
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