O desmatamento na floresta amazônica do Brasil aumentou 43% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior, dados preliminares do governo mostraram na sexta-feira, o segundo aumento mensal consecutivo com a destruição aumentando antes da temporada anual de queimadas.
Nos primeiros quatro meses de 2021, o desmatamento na Amazônia brasileira totalizou 1.157 quilômetros quadrados, uma área quase do tamanho de Los Angeles e 4% abaixo do ano anterior, segundo a agência nacional de pesquisas espaciais Inpe.
O Brasil está sob intensa pressão internacional liderada pelos Estados Unidos para conter a destruição da maior floresta tropical do mundo, crítica para conter a mudança climática catastrófica devido à grande quantidade de gás de efeito estufa absorvida.
Em uma cúpula de líderes organizada no mês passado pelos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a aumentar o financiamento para a fiscalização ambiental e acabar com o desmatamento até 2030.
Mas o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, que está em negociações para possivelmente financiar os esforços conservacionistas brasileiros, diz que espera uma ação imediata para reduzir o desmatamento neste ano.
A extração ilegal de madeira e os incêndios florestais aumentaram desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, com o desmatamento atingindo o máximo em 12 anos em 2020, mostraram dados do governo.
“Biden não quer estar em uma posição em que pareça que está sendo muito brando com o Brasil no que diz respeito ao meio ambiente”, disse Anya Prusa, associada sênior do Instituto Brasil no centro de estudos Wilson Center, em Washington.
A tendência geral do desmatamento importa mais do que um único mês, acrescentou Prusa.
“Se o desmatamento voltar a aumentar, se virmos novamente incêndios florestais significativos na Amazônia em agosto e setembro deste ano, será mais difícil para os EUA continuarem a conversar com o Brasil.”
Os representantes da imprensa do Bolsonaro encaminharam as questões ao gabinete do vice-presidente.
A vice-presidência disse em um comunicado que os dados foram elaborados para ajudar as autoridades a responder rapidamente ao desmatamento, acrescentando que comparar meses isolados de anos diferentes não era apropriado e apenas comparações de longo prazo deveriam ser feitas.
As negociações com os Estados Unidos continuam normalmente, disse o comunicado.
Os primeiros meses do ano, quando chuvas intensas impedem que os madeireiros trabalhem facilmente na floresta, têm impacto limitado nas taxas gerais de desmatamento anual da Amazônia, já que a destruição atinge o pico na estação mais seca, de maio a outubro.
O desmatamento apenas no mês de julho de 2020 foi maior do que nos quatro meses de janeiro a abril combinados este ano.
Nuvens imensas durante a estação chuvosa também escondem desmatamento recente dos satélites do governo. A cobertura de nuvens na região variou de 26% a 48% nos primeiros quatro meses do ano, muito maior do que os 17% a 32% vistos no mesmo período de 2020.
Qualquer desmatamento oculto no início do ano é registrado por satélites nos meses subsequentes, quando as nuvens se dissipam.
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