Desmatamento da floresta amazônica brasileira bate recorde em abril

Em meio ao agravamento da crise das mudanças climáticas, o desmatamento da Amazônia brasileira continua a ser um grande problema, tendo batido mais um recorde no mês passado.

A área de floresta destruída – 580 quilômetros quadrados (225 milhas quadradas) – marcou um novo recorde para o mês de abril e um aumento de 42,5% ano a ano, de acordo com o monitoramento por satélite da agência espacial brasileira INPE. Seus dados remontam a 2015.

O nível de março também foi superior ao de 12 meses antes, e se seguiu a dois meses de queda na estação chuvosa, quando a atividade madeireira diminui.

Apesar das altas em março e abril, nos primeiros quatro meses do ano o corte de árvores para fornecer madeira e desmatamento para a agricultura caiu 3,9% em relação ao mesmo período de 2020, disse o INPE.

A estação seca, que atinge o pico em julho e agosto, é quando ocorre a maior parte do desmatamento.

Os recordes foram alcançados nas últimas três temporadas de seca, disse o INPE.

A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é considerada vital para conter as mudanças climáticas por causa do dióxido de carbono que absorve da atmosfera.

Cerca de 60% da floresta tropical está no Brasil.

“No momento não é possível dizer o que vai acontecer, mas em 2021 pode haver um quarto recorde de desmatamento consecutivo”, disse o Observatório do Clima, um grupo de 63 ONGs e organizações sociais.

Bolsonaro, um cético de extrema direita em relação às mudanças climáticas, chegou ao poder em 2019 encorajando a exploração comercial da floresta tropical e chamando os grupos conservacionistas de “câncer”.

No entanto, no mês passado, ele prometeu “eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030”, 10 anos antes do planejado inicialmente.

ONGs ambientais expressaram dúvidas de que o Brasil, sob o governo de Bolsonaro, cumprirá essa promessa.

“Em 2021 não há esforço federal para controlar o desmatamento”, disse o Observatório do Clima.

O órgão do governo que realiza fiscalizações na Amazônia “não está fazendo nada” e o processo de punição dos infratores foi interrompido, acrescentou.

Um estudo publicado na semana passada pela revista Nature Climate Change disse que a Amazônia brasileira liberou quase 20% mais dióxido de carbono na atmosfera na última década do que absorveu.

Este relatório mostra que a humanidade não pode mais depender da maior floresta tropical do mundo para ajudar a absorver a poluição de carbono produzida pelo homem.

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