De volta a Brasília, Lula lança as bases da coalizão anti-Bolsonaro

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, gesticula enquanto fala durante uma entrevista coletiva em São Bernardo do Campo, perto de São Paulo, Brasil, 10 de março de 2021. REUTERS / Amanda Perobelli / Foto de arquivo

O ex-presidente esquerdista do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva está de volta à mistura política, lançando as bases em Brasília nesta semana para desafiar o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro na eleição do próximo ano.

O popular ex-líder sindical não disse se vai concorrer à presidência em outubro de 2022, mas as pesquisas de opinião mostram que ele pode ter uma chance forte de derrotar Bolsonaro depois que a Suprema Corte rejeitou suas condenações por corrupção.

Com os direitos políticos restaurados, Lula passou esta semana na capital Brasília se reunindo com aliados e ex-adversários nos primeiros passos para a construção de uma coalizão contra Bolsonaro, cuja presidência heterodoxa tem sido criticada no país e no exterior por lidar mal com a pandemia do coronavírus e enfraquecer a proteção ambiental de a floresta amazônica.

Assessores e interlocutores disseram que Lula busca primeiro forjar alianças em nível estadual, começando pela corrida para governador no Rio de Janeiro, base política de Bolsonaro e berço do movimento de direita do ex-capitão do Exército.

O líder da oposição na câmara baixa do Congresso, Alessandro Molon, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), disse que Lula mostrou estar aberto a apoiar candidatos de outros partidos em bilhetes estaduais para formar uma ampla aliança no Rio.

Por exemplo, Lula se encontrou com Marcelo Freixo, um potencial candidato a governador do Rio pelo Partido do Socialismo e Liberdade (PSoL), à esquerda do Partido dos Trabalhadores de Lula (PT).

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“Quero ver-nos construindo uma frente ampla para derrotar Bolsonaro no Rio de Janeiro e depois no Brasil”, disse Freixo após conhecer Lula. “Derrotar Bolsonaro não é um projeto de esquerda, é um projeto civilizado e democrático.”

Lula também se encontrou com o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do Partido Democrata de centro-direita (DEM), que apoiou o impeachment de 2016 da sucessora escolhida a dedo de Lula, Dilma Rousseff.

Maia emergiu como um crítico vocal do Bolsonaro e deve se juntar a uma coalizão de oposição em seu estado natal, o Rio.

O encontro mais importante de Lula em Brasília pode ter sido com Gilberto Kassab, cujo Partido Social Democrata (PSD) de centro-direita apoiou a reeleição de Rousseff em 2014 e seu impeachment em 2016, que encerrou 13 anos de governo petista.

O partido de Kassab apóia Bolsonaro e tem um ministro no gabinete, mas pode se afastar do presidente à medida que aumentam as críticas por ele ter minimizado a pandemia, que desacelerou a recuperação econômica e prejudicou sua popularidade.

“Lula está de volta ao jogo e está construindo pontes por enquanto, tentando atrair políticos que trabalharam com ele quando ele estava no cargo”, disse Creomar de Souza, da consultoria de risco político Dharma Search, em Brasília.

“Mas ele tem que desenhar o centro. Observe Kassab, que lê muito bem o clima político e pode ver o desgaste do bolonarismo”, disse ele.

Duas pessoas do partido de Kassab assumiram papéis importantes em uma investigação do Senado sobre a abordagem do governo Bolsonaro à pandemia. O vírus matou mais de 415.000 brasileiros, perdendo apenas para os Estados Unidos, com cerca de 580.000 mortes.

Os senadores do PSD, Osmar Aziz, que preside o inquérito, e Otto Alencar, que se reuniu com Lula, atacaram Bolsonaro por não conseguir vacinas suficientes e por defender curas “milagrosas” não comprovadas.

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