É um pouco difícil dizer se Tapizôn é um restaurante com muita arte… ou uma galeria de arte com muita comida. Em ambos os casos, há uma abundância de ambos.
Entre pela Main Street e você passa por um enorme mural de… o quê? Parece ser um menino e uma menina caindo por uma floresta de trepadeiras, cercados por pássaros escuros. Há um motivo de avião a hélice encontrado aqui e ali nas paredes, e um modelo de um avião a hélice sobrevoando uma cidade. (Acho que a marcação na asa – NC865 – refere-se a um avião de carga de antigamente. Mas isso é apenas um palpite.) Há uma fotografia fantástica de Pelé chutando um de seus lendários gols de moinho de vento em uma das paredes. E até a parede é fascinante, feita de material que a faz parecer uma ruína antiga.
Há uma entrada para o bar na lateral do Tapizôn, logo após o estacionamento dos fundos, com letras douradas na janela que o fazem parecer um clássico salão de cidade grande de um século atrás. As lâmpadas do teto merecem alguma consideração enquanto você saboreia seu clássico coquetel de caipirinha. Até a iluminação atrás do bar é intrigante, trazendo um misterioso tom azul para a sala.
E, claro, o logotipo do Tapizôn – um círculo irregular com um acento circunflexo no topo – é um mistério simbólico. A articulação confunde. E entrar, nesta era de COVID, também pode ser confuso.
Para seu crédito, o pessoal por trás do Tapizôn é muito cauteloso em termos de mascaramento e distanciamento social. Apareça sem uma reserva (como eu fiz), e você será informado de que não há nada disponível – mesmo que haja mesas desocupadas e assentos de bar não ocupados. A distância deve ser mantida. E é, mesmo que isso signifique afastar os clientes. Mas então, isso foi em uma noite de sábado, quando você esperaria que o cara novo na Main Street estivesse ocupado.
Os dias de semana podem ser muito menos exigentes. E o brunch de fim de semana é totalmente descontraído. Como o brunch deve ser. Especialmente se você encontrar consolo no amor brasileiro por exotismo misto. Do qual há muito para encontrar consolo.
A especialidade da casa, como não poderia deixar de ser, é a Caipirinha, a bebida nacional do Brasil, feita com limão, açúcar e cachaça, um destilado de cana-de-açúcar e primo da cachaça. Embora seu criador esteja perdido no tempo, a bebida parece ter se originado em Portugal, o que fez da transição para a colônia portuguesa do Brasil um próximo passo natural, especialmente quando se considera que a cana-de-açúcar foi cultivada no Brasil.
Hoje, é uma onipresença no Brasil, onde é consumido ao copo e ao jarro cheio, como refresco e como remédio para tosse. É um coquetel do exército suíço, com muitos usos. E como servido no Tapizôn, com certeza é bom!
Na verdade, ele vem em seis versões diferentes. Tem a Original 1918, feita com opção de cachaça Leblon ou Avua, para quem sabe a diferença. O Capiruva é feito com uvas. O Capiroska com vodka, morangos, framboesas e mirtilos. O Maracujá com suco de maracujá. O Tres Lima com limão, tangerina e lima. E a Sakerinha com saquê e kiwi. Os dobradores de cotovelo em Tapizôn provavelmente nunca saem do bar.
Se o fizerem durante o brunch de fim de semana, encontrarão uma seleção de pratos que serpenteiam entre a Califórnia e o Cal-brasileiro – como o slider de cogumelo portobello grelhado com cebolas glaceadas de tabasco; os tacos Tapi-Ovos com ovos mexidos; e a clássica feijoada de fumeiro com feijão preto, couve e a farofa de mandioca torrada.
A fusão de cozinhas fica ainda mais forte no jantar, com um cardápio de pratos diferente de tudo que já vimos no SoCal.
Embora a feijoada – o ensopado de carne bovina ou suína com feijão – não seja nomeada no menu, há muitos primos próximos. Os Tapi-Tacos, feitos com farinha de tapioca, são recheados com peito defumado, frango defumado, carne de porco desfiada e tofu defumado. Você quer feijão preto, eles estão disponíveis como acompanhamento. O peito defumado e o tofu defumado também estão no Tapi-Pot-Pie. E você recebe feijão preto nas tigelas, com uma escolha de seis proteínas. Você também pode obter um Classic Burger, brasileiro apenas no lado de batatas fritas de mandioca.
Não há muitos anos, parecia que todos os restaurantes que abriam serviam uma cozinha diferente de tudo que já vimos antes. Infelizmente, já faz um tempo desde que esse tipo de criatividade culinária nos visitou. Comemos bem esses dias. Mas também comemos familiar. E o COVID reduziu ainda mais essa criatividade.
Tapizôn estabelece um novo padrão para cozinha de fusão, mesmo em meio à onda ômicron. E se a comida não toca sua campainha, bem, diabos, sempre há o bar. A feijoada pode não ser o seu guisado de eleição. Mas a Caipirinha traz muita alegria para os dias mais sombrios. Faça o meu duplo.
Merrill Shindler é um crítico gastronômico freelance baseado em Los Angeles. E-mail [email protected].
Tapizôn
- Avaliação: 3 estrelas
- Endereço: 450 Main St., El Segundo
- Em formação: 310-648-8401; www.tapizon.com
- Cozinha: Cal-brasileiro moderno
- Quando: Brunch e happy hour, sábado e domingo; jantar, de terça a domingo
- Detalhes: Barra completa; reservas essenciais
- Atmosfera: Espaço excêntrico cheio de arte, no extremo norte da El Segundo Restaurant Row, com mesas ao ar livre, um bar animado e uma entrada que demora um pouco para encontrar. Uma sala muito divertida com o tipo de comida pouco conhecida aqui no SoCal. E muitos coquetéis.
- Preços: Cerca de US$ 35 por pessoa
- Pratos sugeridos: 7 Petiscos ($9-$17), 4 Tapi-Tacos ($10-$12), 2 Tapi-Pot-Pies ($15-$17), 4 Sopas e Saladas ($5-$14), 7 Prato Feitos Bowls ($14) -$21), 5 Hambúrgueres e Sliders ($15-$17), 7 Acompanhamentos ($4-$9), 3 Sobremesas ($9-$12), 6 Caipirinhas ($14)
- Cartões de crédito: MC, V
- O que as estrelas significam: 4 (Classe mundial! Vale uma viagem de qualquer lugar!), 3 (Excelente, até mesmo excepcional. Vale uma viagem de qualquer lugar no sul da Califórnia.), 2 (Um bom lugar para comer. Vale uma viagem de qualquer lugar do bairro.) 1 (Se você está com fome, e fica perto, mas não fique preso no trânsito.) 0 (Honestamente, não vale a pena escrever sobre isso.)
“Guru da comida. Fanático por bacon. Apaixonado por tv. Especialista em zumbis. Aficionado freelance da cultura pop.”