Atualizações da política brasileira
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Faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, o cenário político do Brasil está cada vez mais dominado por duas figuras polarizadas: o atual líder de extrema direita Jair Bolsonaro e o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
A escolha acirrada entre os dois gerou uma pressão dos moderados para estabelecer um candidato da “terceira via” – um centrista que pode apelar aos eleitores desiludidos com o radicalismo da extrema direita e a história de corrupção sob o Partido dos Trabalhadores de Lula.
“O Brasil precisa urgentemente de um projeto para o país. A terceira via não deve partir de personalidades, mas da identificação de agendas que não são representadas por nenhum dos [Lula or Bolsonaro]”, Disse Alessandro Vieira, senador do partido centrista Cidadania.
O movimento, no entanto, ainda carece de uma única estrela emergente para unificar os apoiadores. Dado que Lula e Bolsonaro podem depender de bases leais de apoio, um amplo campo de candidatos da terceira via dividiria a votação e reduziria a chance de qualquer centrista avançar para o segundo turno no sistema de votação de dois turnos do Brasil.
Aqui estão as principais figuras se posicionando para se tornar o candidato “nem Lula nem Bolsonaro” antes das primárias do partido no início do próximo ano.
Ciro Gomes
Legislador com Partido Democrático Trabalhista
Valente combativo da centro-esquerda brasileira, Ciro Gomes ostenta o nome nacional, tendo já disputado – e perdido – três eleições presidenciais. Gomes, conhecido simplesmente como Ciro, é um advogado que vem de uma poderosa família política do Ceará, nordeste do Brasil. Sua longevidade aos olhos do público, no entanto, significa que ele está associado à “velha política” do comércio de cavalos e dos negócios de bastidores. Ciro também tem a reputação de ter um ego. Depois de falhar no primeiro turno das eleições de 2018, ele se recusou a apoiar o candidato de esquerda que desafiou Bolsonaro no segundo turno e, em vez disso, voou para a Europa. Apoio estimado na primeira rodada: 11 por cento (XP / IPESPE).
João doria
Governador de são paulo
João Doria está intimamente ligado à elite econômica paulista. O rico empresário, que foi prefeito da maior cidade da América Latina antes de passar para o governo do estado, tem fama de administrador eficiente. Ele liderou o lançamento das vacinas Covid-19 em um momento em que o governo federal estava se arrastando. Doria, no entanto, é vista como uma carreirista e tem pouco reconhecimento de nome ou apoio fora dos maiores ganhadores do Brasil. Ele enfrentará uma difícil primária de outros membros do partido social-democrata brasileiro, de centro-direita, e os críticos se apressarão em lembrá-lo de seu apoio ao Bolsonaro em 2018. Apoio estimado no primeiro turno: 5 por cento (XP / IPESPE).
Sergio Moro
Juiz anti-enxerto
A certa altura, Sergio Moro era a figura pública mais popular do Brasil. Como juiz federal na longa investigação anticorrupção Lava Jato, ou Lava Jato, ele foi festejado como um herói por muitos da centro-direita e retratado em comícios como um super-homem de peito largo. Sua reputação sofreu um abalo depois que ele ingressou no governo Bolsonaro em 2019, menos de dois anos depois de colocar Lula na prisão por enxerto. Moro deixou o governo depois de um ano, mas sua imagem foi prejudicada ainda mais quando o Supremo Tribunal Federal decidiu no início deste ano que ele havia mostrado parcialidade no julgamento de Lula em 2017. Moro está atualmente trabalhando no setor privado, mas seu nome tem sido citado como um candidato potencial à presidência do partido Podemos, de centro-direita. Apoio estimado na primeira rodada: 9 por cento (XP / IPESPE).
Rodrigo Pacheco
Presidente do senado
Como presidente do Senado, Rodrigo Pacheco tem um dos cargos de maior visibilidade na política brasileira. Apesar de sua percepção de proximidade com Bolsonaro, ele foi elogiado por sua diplomacia habilidosa em lidar com o Congresso e o Executivo. Ele também resistiu a alguns dos excessos do presidente. Quando Bolsonaro recentemente ameaçou cancelar as eleições do próximo ano, Pacheco o advertiu de que se tornaria um “inimigo da nação”. Pacheco, membro do partido democrata de centro-direita, pode enfrentar uma difícil disputa nas primárias de Luiz Henrique Mandetta, o popular ex-ministro da saúde que tentou trazer rigor científico aos estágios iniciais da resposta da Covid-19 do Brasil. Apoio estimado na primeira rodada: 1 por cento (XP / IPESPE).
José Luiz Datena
Apresentador de televisão
José Luiz Datena é o forasteiro político. Graças ao seu programa de TV Brasil Urgente, onde faz reportagens sobre crimes terríveis e sensacionalistas e operações policiais, o jornalista e apresentador é bem conhecido em todo o país. Sua campanha tem o apoio do Partido Social Liberal de direita – o mesmo partido que Bolsonaro costumava disputar as eleições de 2018 antes de romper os laços com eles pouco depois. Datena, que tem pouca experiência política, acredita que pode atrair eleitores de direita para longe do presidente. Apoio estimado na primeira rodada: 5 por cento (XP / IPESPE).
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