O político brasileiro de esquerda Ciro Gomes oficializou sua candidatura presidencial em um evento na capital Brasília nesta quarta-feira, menos de três meses antes da eleição.
As chances de Gomes ganhar a eleição parecem pequenas, com apenas 8% dos entrevistados dizendo que planejam votar nele em outubro, de acordo com a última pesquisa Datafolha realizada em junho. Ele está muito atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, que responderam por 47% e 28% dos votos pretendidos, respectivamente, segundo a mesma pesquisa, que teve margem para erro de mais ou menos 2 pontos percentuais.
Gomes, um político da região nordeste do Brasil, é o candidato do Partido Democrático Trabalhista, e sua candidatura deve prejudicar o apoio de Lula durante o primeiro turno da eleição. Ele procurou se apresentar como uma alternativa à polarização do Brasil encarnada pela corrida de dois cavalos entre Lula e Bolsonaro.
Gomes criticou Bolsonaro pelo mau manejo da pandemia, o aumento da insegurança alimentar e as ameaças recorrentes à democracia, mas disse que só conseguiu chegar ao poder por causa do Partido dos Trabalhadores, de esquerda, no poder entre 2003 e 2016.
“Bolsonaro também é efeito de um modelo econômico e de uma escola corrupta de governo, que levou o país com pouquíssimos altos e muitos baixos a uma tragédia anunciada”, disse Gomes a uma multidão empolgada no evento desta quarta-feira. “Um modelo tão improvisado e enganador que aos poucos deixou a todos insatisfeitos e alimentou frustrações e ressentimentos em vários estratos da sociedade.”
Gomes foi governador do Ceará em meados da década de 1990 e concorreu à presidência três vezes, a mais recente em 2018 contra o então candidato Bolsonaro. Depois de perder o primeiro turno, ele se recusou a endossar o candidato do Partido dos Trabalhadores no segundo turno.
O prazo para oficializar as candidaturas é 5 de agosto.
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