O Brasil está um passo mais perto de finalmente alcançar capacidades de lançamento de classe orbital doméstica. Na quarta-feira, o Agência Espacial Brasileira (AEB) e Força Aérea Brasileira assinou um contrato com Virgin Orbit para estabelecer serviços de lançamento comercial no espaçoporto de Alcântara, de 39 anos, na costa norte do Brasil.
A Virgin Orbit utilizará a infraestrutura existente de Alcântara para realizar os lançamentos. O foguete LauncherOne e a “plataforma de lançamento” de aeronaves 747 customizadas vão decolar da base aérea existente de Alcântara e pousar em outras instalações da Virgin.
Construído em 1982, Alcântara está localizado a apenas dois graus ao sul do Equador, uma localização que o torna um dos poucos espaçoporto continental do mundo capaz de atingir qualquer inclinação orbital. Apesar disso, o espaçoporto permaneceu principalmente inativo devido a falhas de lançamento anteriores, uma série de parcerias internacionais que não deram certo e a proximidade do espaçoporto europeu muito mais ativo na Guiana Francesa.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro tentou dar o pontapé inicial no programa espacial do país em março de 2019, quando o governo abriu formalmente o espaçoporto de Alcântara para o lançamento de satélites dos EUA. Se a Virgin Orbit for bem-sucedida no estabelecimento de serviços de lançamento, Alcântara se tornará o segundo espaçoporto de classe orbital em toda a América do Sul, e apenas o quinto em todo o hemisfério sul.
O presidente da AEB, Carlos Moura, disse que Alcântara tem potencial ilimitado e desbloqueado como espaçoporto.
“Alcântara é um dos locais mais ideais do mundo para o lançamento de foguetes”, disse Moura. “Está perto do equador, o que aumenta a capacidade de carga do lançador, e permite uma ampla gama de azimutes para lançamentos, com acesso a todas as órbitas. Quando colocarmos o centro em operação, superaremos um desafio histórico para o programa, que significa um compromisso com o Brasil e a comunidade mundial em conquistas cada vez maiores para a humanidade ”.
Os detalhes financeiros do contrato não foram divulgados e nenhum cronograma foi fornecido para o início dos lançamentos. O CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, disse que sua empresa está pronta para transportar o equipamento de solo necessário para iniciar o lançamento.
“O povo do Brasil tem trabalhado com paciência e diligência para o lançamento orbital por muitos anos e será uma grande honra ajudar a tornar essa visão uma realidade doméstica”, disse Dan Hart, CEO da Virgin Orbit. “O lançamento espacial trará uma capacidade fundamental para a nação e para a comunidade espacial, ao mesmo tempo que ajudará a atender às necessidades de longa data da comunidade local.”
No início deste ano, a Virgin Orbit demonstrou com sucesso o LauncherOne como o primeiro foguete de classe orbital, lançado pelo ar e movido a combustível líquido, a alcançar o espaço.
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