BRASÍLIA, 21 de setembro (Reuters) – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) selecionou dois centros biomédicos na Argentina e no Brasil como centros regionais para desenvolver e produzir vacinas baseadas em mRNA para combater o COVID-19 na América Latina, disse a agência regional de saúde na terça-feira.
A ideia é aproveitar as capacidades de fabricação existentes para ajudar a transferir a tecnologia de vacinas desenvolvida pela Moderna (MRNA.O) nos Estados Unidos para uma região gravemente atingida pelo coronavírus e ainda sem acesso a vacinas suficientes.
O Instituto Bio-Manguinhos de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, o principal laboratório biomédico do Brasil, foi escolhido por sua história de fabricação de vacinas e já fez “avanços promissores” no desenvolvimento da tecnologia de vacinas de mRNA, disse a OPAS. Sinergium Biotech, uma empresa biofarmacêutica do setor privado, foi selecionada como o centro na Argentina e fará parceria com o laboratório farmacêutico mAbxience do mesmo grupo para desenvolver e fabricar ingredientes ativos de vacinas.
A filial das Américas da Organização Mundial da Saúde disse que a fabricação de vacinas deve beneficiar toda a região, com distribuição financiada pelo Fundo Rotativo da OPAS.
Um esforço semelhante na África para desenvolver a produção da vacina COVID-19 replicando a injeção da Moderna foi retardado por negociações com a empresa dos EUA, disse um funcionário da OMS à Reuters na semana passada.
A Moderna disse em outubro que não aplicaria patentes relacionadas à vacina durante a pandemia, aumentando a esperança de que outras empresas possam copiar sua vacina e ajudar a impulsionar a produção global.
Na prática, porém, é difícil replicar uma vacina sem as informações sobre como ela é feita, e o centro de transferência de tecnologia apoiado pela OMS na África do Sul ainda não chegou a um acordo com a empresa.
A região das Américas sofreu o maior impacto das infecções por COVID-19 até o momento, com 87,6 milhões de casos registrados e mais de 2,16 milhões de vidas perdidas. No entanto, a distribuição da vacina continua desigual, disse a OPAS, com poucos países da região alcançando a meta de 40% de vacinas para o fim do ano estabelecida pela OMS.
Reportagem de Anthony Boadle Edição de Marguerita Choy
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