BRASÍLIA, 11 Jul (Reuters) – O diretor do Banco Central do Brasil, Diogo Guillen, descartou nesta segunda-feira que as autoridades desistam das taxas de juros como instrumento de política monetária no futuro, em um momento em que seu ciclo agressivo de aperto monetário está chegando ao fim.
“O banco central continua a ter o instrumento (taxa política). Vamos avaliar no futuro qual é o melhor uso do instrumento”, disse Guillen, diretor de política econômica, durante um evento organizado pelo Credit Suisse.
“Não se trata de abrir mão do uso do instrumento”, acrescentou.
A declaração seguiu uma pergunta sobre como o banco central navegaria em um cenário incerto sem mais política monetária, após comunicação oficial de que sua estratégia para combater a inflação de dois dígitos envolve uma taxa de juros terminal mais alta e mantê-la nesse nível por mais tempo.
O banco central elevou sua taxa básica de juros Selic para 13,25% em junho, de uma baixa recorde de 2% em março de 2021, e já marcou outro aumento em agosto.
Sem sinalizar precisamente se este seria seu aumento final, os formuladores de políticas também enfatizaram a necessidade adicional de manter as taxas “em território significativamente contracionista” por um período mais longo para trazer a inflação de 2023 em torno da meta oficial.
Guillen observou que a estratégia continua a mesma e que o banco central disse que vai “perseverar” nessa tarefa até que as expectativas de inflação estejam “ancoradas”.
Enquanto os formuladores de políticas veem a inflação em 2023 em 4%, economistas privados consultados pela pesquisa semanal de um banco central prevêem 5,13%, contra uma meta oficial de 3,25%.
Guillen afirmou que a diferença se deve às premissas do banco central para petróleo, choques em bens industriais e taxa de juros neutra.
Ele também disse que muito do desempenho acima do esperado da economia brasileira decorre de efeitos transitórios associados à normalização pós-pandemia.
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Reportagem de Marcela Ayres; edição por Jonathan Oatis
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