O desmatamento da Amazônia brasileira atingiu um nível recorde durante o primeiro semestre de 2022, informou a agência espacial nacional do INPE nesta sexta-feira.
A maior floresta tropical do mundo perdeu 3.750 quilômetros quadrados (1.450 milhas quadradas) de selva desde o início do ano, os piores números para esse período desde que os registros começaram em 2016.
O pior número anterior de 3.605 quilômetros quadrados foi estabelecido no ano passado.
O novo número não inclui nem os últimos seis dias de junho.
Este ano foi o pior junho em 15 anos para incêndios florestais.
Os recordes mensais também foram batidos em janeiro e fevereiro, quando o desmatamento costuma ser menor, e em abril.
Os satélites do INPE identificaram mais de 2.500 incêndios na Amazônia no mês passado, o maior número desde que mais de 3.500 foram registrados em junho de 2007 e um aumento de 11% em relação a junho de 2021.
Mais de 7.500 incêndios foram registrados desde o início do ano, outro aumento de 17% em 2021 e os piores números desde 2010.
“A estação seca mal começou na Amazônia e já estamos batendo recordes de destruição ambiental”, disse Cristiane Mazzetti, do Greenpeace Brasil.
Ambientalistas e figuras da oposição acusam o governo do presidente Jair Bolsonaro de implementar políticas que incentivam grandes empresas a prejudicar o meio ambiente.
“O impacto dessa negligência será a crescente perda de resiliência desse entorno, sem falar nos danos causados às comunidades locais e à saúde”, disse Mariana Napolitano, do Brazilian World Wildlife Fund.
Bolsonaro incentivou a atividade de mineração e agricultura em áreas protegidas.
Os críticos também o acusam de apoiar a impunidade de garimpeiros, fazendeiros e traficantes de madeira envolvidos no desmatamento ilegal.
No ano passado, o principal órgão de proteção ambiental do governo gastou apenas 41% de seu orçamento de vigilância, de acordo com a ONG Climate Observatory.
Pior junho para os incêndios florestais na Amazônia brasileira desde 2007: dados
© 2022 AFP
Citação: Brasil estabelece novo recorde de seis meses de desmatamento na Amazônia (2022, 1º de julho) recuperado em 1º de julho de 2022 de https://phys.org/news/2022-07-brazil-six-month-amazon-deforestation.html
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