A América Latina e o Caribe estão, de certa forma, à frente da curva quando se trata de adoção de ativos digitais.
El Salvador ungiu a criptomoeda como moeda legal em setembro passado, coincidindo com uma onda de regulamentações “amigáveis às criptomoedas” que foram lançadas em toda a região. E para países socialistas como Cuba e Venezuela, que lutam contra as sanções dos EUA, as moedas digitais se tornaram uma tábua de salvação para a compra de bens e serviços.
A recepção calorosa dada aos negócios digitais deve-se à penetração relativamente baixa dos serviços financeiros tradicionais na região, combinada com um histórico doloroso de picos de inflação, flutuações cambiais de revirar o estômago e familiaridade generalizada com métodos de pagamento sofisticados em alguns países que adotadas para combater as altas taxas de fraude.
“Dado o grave problema da inflação e a necessidade de não perder o trem do desenvolvimento tecnológico, a adoção de criptomoedas na América Latina tem sido muito importante”, diz Marc Gericó, sócio-gerente da Gericó Associates, uma consultoria de marketing e desenvolvimento de negócios com sede em Madri. empresas que operam na Europa e na América Latina.
No ano passado, a Gericó começou a aceitar criptomoedas como pagamento por serviços para acomodar um cliente de um escritório de advocacia argentino que não conseguia pagar fornecedores em moeda estrangeira.
Os governos de alguns países da América Latina, incluindo a Argentina, limitam a quantidade de moeda local que pode ser trocada por moedas globais, como o dólar americano e o euro, em um esforço para estabilizar suas taxas de câmbio e economias domésticas.
Enquanto isso, o advento dos smartphones ajudou a diminuir a divisão digital na América Latina e no Caribe, abrindo uma série de serviços e também perigos para os consumidores. Por exemplo, o Brasil, um país com mais de 210 milhões de habitantes e a maior economia da região, está consistentemente entre aqueles com os maiores incidentes de ciberataques.
Agitação dos advogados
Os escritórios de advocacia que trabalham na América Latina e no Caribe estão lutando para acompanhar a próxima fase da revolução digital, aumentando suas capacidades em áreas como privacidade de dados, propriedade intelectual, tecnologia e financiamento ao consumidor.
Gabriela Scanlon, uma litigante brasileira sediada em Washington, DC, que ingressou na Akerman em maio como parte de uma nova marca para a prática de finanças ao consumidor da empresa americana, vê um enorme potencial para privacidade de dados e trabalho de conformidade na América Latina à medida que os serviços digitais se expandem.
Um punhado de advogados brasileiros com profunda experiência em privacidade de dados tem feito negócios rápidos desde que o país promulgou uma lei abrangente de proteção de dados em 2020 que se alinha amplamente com os regulamentos da UE.
Scanlon vê essa demanda chegando ao reino de consultores jurídicos qualificados nos EUA à medida que as empresas brasileiras de tecnologia crescem e as transações em dólares levantam bandeiras vermelhas com os reguladores dos EUA.
“Não vejo nenhuma empresa americana oferecendo esses serviços na América do Sul”, disse ela. “Cripto combinada com diferentes métodos de transferência de dinheiro – é ouro.”
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