BRASÍLIA, 8 de novembro (Reuters) – O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira que está confiante que a Câmara dos Deputados votará para aumentar o teto de gastos do governo e escalonar o pagamento de dívidas ordenadas pelos tribunais, mas prevê problemas para aprovação no Senado.
Uma emenda constitucional deve ser aprovada duas vezes com pelo menos três quintos dos votos em cada câmara, mas esta passou em um primeiro teste na Câmara na semana passada por apenas quatro votos.
O projeto permitiria 92 bilhões de reais (US $ 16,7 bilhões) de gastos adicionais no próximo ano, incluindo um estipêndio mensal mais generoso para a previdência social para 17 milhões de famílias pobres.
“Passou no primeiro turno na Câmara e acho que vai passar no segundo, mas vamos ter problemas no Senado”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan.
Ele prometeu um pagamento mensal de 400 reais sob uma proposta que ele chama de Auxilio Brasil, mais do que o dobro do estipêndio médio para o longo programa Bolsa Família.
Os críticos dizem que o presidente está recorrendo a políticas populistas de olho nas eleições do próximo ano. Bolsonaro comparou o Bolsa Família à compra de votos em sua campanha de 2018.
A pressão para revisar as regras fiscais do Brasil assustou os investidores no mês passado e também atraiu o escrutínio do Supremo Tribunal Federal.
A juíza da Suprema Corte, Rosa Weber, emitiu uma liminar na sexta-feira que pode barrar cerca de 8,5 bilhões em gastos com barris de carne de porco que o governo anexou ao projeto de lei para obter o apoio dos legisladores.
Sua liminar forçaria pelo menos o Congresso a tornar público o destino das verbas, que estragam as negociações dos bastidores com legisladores da oposição que não querem ser vistos tomando o partido do governo de Bolsonaro em troca de recursos financeiros.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se reuniu com o presidente do tribunal Luiz Fux na noite de segunda-feira para pedir ao tribunal que anule a liminar.
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Reportagem de Ricardo Brito em Brasília e Eduardo Simões em São Paulo Escrita por Anthony Boadle, Edição de Brad Haynes, Angus MacSwan e David Gregorio
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