Bolsonaro, do Brasil, diz que militares seguiriam suas ordens de tomar as ruas

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de uma cúpula virtual do clima global por meio de um link de vídeo em Brasília, Brasil, em 22 de abril de 2021. Marcos Correa / Presidência brasileira via REUTERS

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, disse na sexta-feira que se ele ordenar aos militares que tomem as ruas e restaurem a ordem, “a ordem será seguida”, levantando novas questões sobre sua politização das Forças Armadas.

Falando durante uma entrevista para a TV, Bolsonaro disse que não iria “entrar em detalhes sobre o que estou preparando”. Mas ele disse que “se tivermos problemas, temos um plano de como entrar em campo … nossas forças armadas podem um dia ir para as ruas”.

Os comentários de Bolsonaro, um ex-capitão do Exército de extrema direita que há muito elogia as duas décadas de ditadura militar do Brasil, pouco farão para acalmar os críticos que se preocupam com sua politização dos militares. Outros se preocupam com seu compromisso com uma transferência pacífica do poder no caso de um resultado apertado nas eleições presidenciais do próximo ano.

A pressão sobre o presidente cresceu à medida que a pandemia de coronavírus no Brasil saiu de controle. Ele tem enfrentado críticas generalizadas por sua forma de lidar com o surto no Brasil, que tem o segundo maior número de mortes por coronavírus do mundo, depois dos Estados Unidos.

No mês passado, Bolsonaro colocou seu ex-chefe de gabinete no comando do Ministério da Defesa e trocou os três comandantes das forças armadas como parte de uma remodelação do gabinete que foi recebida com choque por oficiais militares de alto escalão.

Desde sua vitória nas eleições de 2018, Bolsonaro fez alegações infundadas de fraude eleitoral no Brasil, que os críticos dizem que podem lançar as bases para desafiar as próximas eleições na mesma linha de seu ídolo político, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

Bolsonaro deu seu apoio às conspirações de Trump de uma eleição roubada no ano passado, que culminou no ataque mortal de seus partidários em 6 de janeiro ao prédio do Capitólio em Washington.

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