SÃO PAULO, 26 Jul (Reuters) – Os principais banqueiros e empresários brasileiros emitiram uma carta nesta terça-feira em defesa do sistema de votação eletrônica do Brasil, que foi atacado pelo presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, e alertou que a democracia do país está em “grave perigo”. “
O manifesto, assinado por cerca de 3.000 personalidades brasileiras importantes, não mencionava o nome de Bolsonaro, mas abordava claramente a situação que ele causou ao questionar o sistema de votação antes das eleições de 2 de outubro e atacar os juízes do Supremo Tribunal que supervisionam as eleições no Brasil.
A carta deles se referia a “ataques infundados” ao sistema de votação, que Bolsonaro afirma ser vulnerável a fraudes, e “insinuações” de que os resultados das eleições não serão respeitados.
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Foi assinado por Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco (SUZB3.SA), Walter Schalka, presidente da multinacional de papel e celulose Suzano Papel e Celulose SA (SUZB3.SA), Guilherme Leal, copresidente da fabricante de cosméticos Natura & Co (NTCO3.SA), entre outros líderes empresariais.
O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan também assinaram, assim como seis ex-juízes do Supremo Tribunal Federal e o cantor popular Chico Buarque.
Bolsonaro, que está atrás do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas, tem criticado frequentemente o sistema de votação e proposto que as Forças Armadas sejam envolvidas na contagem dos votos.
Ele convocou protestos em 7 de setembro para apoiar suas alegações, menos de um mês antes do dia da eleição, levantando temores de que ele se recuse a aceitar a derrota e possa tentar desencadear um golpe ou encorajar uma multidão de apoiadores a sair às ruas.
“Devemos estar agora no auge da democracia, com diferentes projetos políticos disputando para convencer os eleitores qual é a melhor direção para o país tomar nos próximos anos”, disse o manifesto.
“Em vez disso, estamos enfrentando um momento de imenso perigo para nossas instituições democráticas e insinuações de desprezo pelo resultado das eleições”, dizia a carta.
Os signatários disseram que o sistema de votação eletrônica do Brasil tem sido um exemplo para o mundo, garantindo a eleição de suplentes no poder de forma segura e confiável.
“No Brasil de hoje, não há mais espaço para retrocessos autoritários”, dizia a carta, lembrando a ditadura e a tortura que o Brasil sofreu no passado sob o regime militar.
O chefe de gabinete de Bolsonaro, Ciro Nogueira, respondendo à proclamação, disse no Twitter que os banqueiros estavam chateados com o presidente porque ele havia estabelecido a independência do banco central, e os bancos perderam mais de 30 bilhões de reais (US$ 5,6 bilhões) em taxas de transação devidos. para um novo sistema de pagamentos eletrônicos.
(US$ 1 = 5,3511 reais)
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Reportagem de Lisandra Paraguassu em Brasília e Alberto Alerigi e Aluisio Alves em São Paulo Texto de Anthony Boadle Edição de Matthew Lewis
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