BRASÍLIA, 11 Ago (Reuters) – O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que não é verdade que os bancos perdem dinheiro com o sistema de pagamento instantâneo Pix, lançado por autoridades no final de 2020.
Falando em um evento organizado pelo grupo de lobby bancário brasileiro Febraban, ele reconheceu que o Pix afetou as receitas até certo ponto, já que no passado os bancos cobravam das pessoas taxas de transferência, enquanto o Pix é gratuito. Por outro lado, oferece novos serviços, aumenta o volume de transações e reduz os custos de caixa para os bancos, disse Campos Neto.
A plataforma, de propriedade do Banco Central do Brasil, tem sido um grande sucesso no país e ganhadora de aplausos internacionais. Recentemente, ultrapassou o volume de transações com cartões de crédito e débito no país.
Campos Neto disse que bancos centrais de outros países perguntaram sobre como o Pix foi implementado e os citou dizendo que seus bancos domésticos nunca colaborariam.
“No Brasil, eles colaboraram e é por isso que temos o Pix. Os bancos entenderam que, no fundo, é um modelo ganha-ganha.”
O presidente Jair Bolsonaro criticou recentemente o apoio da Febraban aos manifestos em defesa das instituições democráticas dizendo que os bancos estavam insatisfeitos com o Pix.
Falando sobre o modelo de banco central de moeda digital (CBDC) que está sendo desenvolvido no Brasil, Campos Neto disse que gostaria de vê-lo funcionando em 2024.
De acordo com o chefe do banco central, a CBDC brasileira promoverá novos negócios e permitirá uma interação entre dinheiro físico e digital, levando os bancos a começarem a olhar os balanços na forma de tokens.
“Nossa moeda digital do banco central nada mais é do que um depósito tokenizado”, disse ele.
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Reportagem de Marcela Ayres; Edição por Rosalba O’Brien e Josie Kao
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