SÃO PAULO, 3 Set (Reuters) – Autoridades eleitorais brasileiras cumpriram na manhã de sábado um mandado de busca e apreensão na casa de Sergio Moro, ex-juiz que liderou uma das maiores investigações de corrupção do Brasil, ex-ministro da Justiça e atual candidato ao Senado.
Esta é a primeira vez que Moro, que fez seu nome liderando a enorme investigação de corrupção “Lava Jato” que prendeu parte da elite política e empresarial do Brasil, incluindo o atual candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, é alvo de autoridades eleitorais.
A ordem judicial, à qual a Reuters teve acesso, atende a um pedido dos advogados do Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula, que alegavam haver irregularidades no material de campanha de Moro.
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Em nota, os advogados de Moro confirmaram o mandado de busca, mas negaram qualquer irregularidade em seu nome, qualificando o pedido do PT de “iniciativa agressiva”.
“Hoje, o PT mostrou a ‘democracia’ que pretende estabelecer no país, promovendo uma busca abusiva em minha residência e sensacionalismo na divulgação do assunto”, disse Moro no Twitter a respeito da suposta fonte de tamanho errado em alguns material eleitoral.
“Nada comparável aos bilhões de reais roubados durante os governos do PT e Lula. Eles não vão me intimidar, mas rejeito a tentativa grotesca de me difamar e intimidar minha família”, disse.
Moro, 49 anos, entrou na política como ministro da Justiça no início do governo do presidente de direita Jair Bolsonaro em 2018, antes de acusar Bolsonaro de má conduta e renunciar em 2020.
Ele se candidatou à presidência sem sucesso nas eleições de outubro deste ano, mas, com pouco capital político, decidiu concorrer a uma cadeira no Senado pelo estado do Paraná.
Na mesma decisão de sábado, a Justiça Eleitoral também ordenou a exclusão de vídeos de Moro publicados no Youtube que violem os padrões estabelecidos pelas regras eleitorais.
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Reportagem de Ricardo Brito; Reportagem adicional, escrita por Steven Grattan; Edição por Jonathan Oatis
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