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São Paulo (AFP)
A polícia brasileira realizou batidas na quarta-feira contra as principais autoridades suspeitas de desviar fundos de emergência para uma pandemia no estado do Amazonas, onde houve cenas horríveis de hospitais que transbordam e pacientes do Covid-19 abandonados a sufocar.
“As investigações descobriram evidências de que altos funcionários do Ministério da Saúde do Estado do Amazonas usaram um processo licitatório fraudulento para favorecer um grupo de empresários locais para construir um hospital de campanha, sob as ordens dos mais altos escalões do governo estadual”, disse a Polícia Federal em um comunicado.
A polícia não disse quem foi o alvo das 19 operações de busca e apreensão, mas relatos da mídia brasileira disseram que policiais fizeram buscas na casa do governador Wilson Lima, aliado do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, e tinham um mandado de prisão para o ministro da Saúde, Marcellus. Campelo.
A polícia disse ter seis mandados de prisão ao todo.
O hospital de campanha em questão foi mal construído e “não atendeu às necessidades básicas da população afetada pelo Covid-19”, disse a polícia.
A capital do estado do Amazonas, Manaus, foi duramente atingida pela pandemia, que ceifou mais de 465.000 vidas no Brasil, perdendo apenas para os Estados Unidos.
Manaus, apelidada de “capital da floresta amazônica”, viu cenas assustadoras no ano passado e no início deste ano de hospitais lotados, valas comuns e cadáveres empilhados em caminhões refrigeradores.
A grave escassez de oxigênio medicinal fez com que dezenas de pacientes com Covid-19 morressem sufocados.
Houve alegações de corrupção maciça com fundos de emergência para pandemia em vários estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, cujo ex-governador Wilson Witzel foi cassado por causa das acusações.
Enquanto isso, Bolsonaro enfrenta críticas crescentes e uma investigação do Senado sobre a polêmica resposta ao coronavírus de seu governo.
O presidente lutou contra medidas de bloqueio, desprezou máscaras faciais, recusou ofertas de vacinas e elogiou medicamentos ineficazes como a cloroquina contra a Covid-19.
© 2021 AFP
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