O esqueleto completo fornece uma primeira visão do corpo inteiro do Tupandactylus navigans.
Um fóssil adquirido em uma batida policial acabou por ser um dos répteis voadores mais bem preservados já encontrados, de acordo com um estudo publicado em 25 de agosto de 2021 no jornal de acesso aberto PLOS ONE por Victor Beccari da Universidade de São Paulo e colegas.
Tapejarídeos (uma Cretáceo subgrupo de répteis voadores chamados pterossauros) são conhecidos por suas enormes cristas e sua abundância no registro fóssil do Brasil, mas a maioria dos fósseis de tapejarídeos brasileiros preserva apenas vestígios parciais. Neste estudo, os pesquisadores descrevem um espécime de tapejarídeo excepcional que inclui quase todo o corpo, a maior parte intacta e até mesmo restos de tecido mole ao longo dos ossos, tornando-o o esqueleto tapejarídeo mais completo já encontrado no Brasil.
Este fóssil pertence a uma espécie chamada Tupandactylus navigans, e tem uma história dramática. Está preservado em seis lajes de calcário de corte quadrado que foram confiscadas durante uma operação policial no Porto de Santos, em São Paulo. Já está entre as coleções da Universidade de São Paulo, onde os pesquisadores puderam reunir as placas e examinar todo o fóssil, até mesmo uma tomografia computadorizada para revelar os ossos escondidos dentro da pedra. É a primeira vez que os paleontólogos conseguem estudar mais do que apenas o crânio dessa espécie.
A descrição sugere que esta espécie tinha um estilo de vida de forrageamento terrestre, devido ao seu pescoço longo e às proporções de seus membros, bem como sua grande crista na cabeça que poderia influenciar negativamente o vôo de longa distância. No entanto, o corpo de prova possui todas as adaptações necessárias para o vôo motorizado, como a presença de um notário e uma região de ancoragem muscular desenvolvida nos ossos do braço. Este espécime também tem uma crista invulgarmente grande em seu queixo, parte de sua já impressionante ornamentação de crânio. Precisamente como todos esses fatores contribuíram para o desempenho de vôo e estilo de vida desses animais será objeto de pesquisas futuras, entre as muitas outras questões que podem ser respondidas através do estudo deste fóssil excepcional.
Os autores acrescentam: “Descrevemos o fóssil de tapejarídeo mais completo do Brasil, um esqueleto parcialmente articulado de Tupandactylus navigans com preservação de tecidos moles. Este espécime traz novos insights sobre a anatomia deste animal e suas restrições para o vôo, defendendo a ecologia de forrageamento terrestre. ”
Referência: “Osteologia de um esqueleto de tapejarídeo excepcionalmente bem preservado do Brasil: revelando a anatomia de um curioso clado de pterodactilóide” por Victor Beccari, Felipe Lima Pinheiro, Ivan Nunes, Luiz Eduardo Anelli, Octávio Mateus e Fabiana Rodrigues Costa, 25 de agosto de 2021, PLOS ONE.
DOI: 10.1371 / journal.pone.0254789
Financiamento: FLP é apoiado por bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (processo CNPq nºs 407969 / 2016-0, 305758 / 2017-9) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (processo FAPERGS nº 16 / 2551-0000271-1). OM é apoiado por bolsas da GeoBioTec-GeoBioSciences, GeoTechnologies and GeoEngineering NOVO [GeoBioCiências, GeoTecnologias e GeoEngenharias], bolsa UIDB / 04035/2020 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. O FRC é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para apoio (processo nº 421772 / 2018-2).
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