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Sergipe registra queda de mais de 22% de acidentes de trabalho entre 2014 e 2017

15 de outubro de 2018
Segundo a Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda (SPrev), Sergipe registrou uma incidência de 9,87% acidentes de trabalho a cada 1.000 vínculos empregatícios no ano de 2013. O número caiu para 7,98, em 2015. Isso representa uma queda de mais de 19% no comparativo entre os anos.
Segundo a Gerente de Relações com o Mercado do Serviço Social da Indústria (SESI) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Sergipe, Silvia Delmondes, o objetivo do órgão é reduzir o número de acidentes no trabalho através de programas voltados para a saúde e segurança no ambiente laboral. “Nós já estamos fazendo algumas ações e a pretensão é de ampliar esse leque de ações, aprofundar sempre com a intenção de fazer melhor gestão nas empresas”, afirma.
Queda no número de acidentes
Ainda segundo a SPrev, a quantidade de acidentes de trabalho segue em queda em Sergipe. Em 2014, foram registrados 3.223 casos. O número caiu para 2.819 em 2015 e para 2.667, em 2016. Em 2017, o índice continuou caindo e foram registradas 2.501 ocorrências no estado. Se compararmos os dados dos anos de 2014 e 2017, houve redução de mais de 22% dos casos.
O número de acidentes de trabalho com mortes registrados em Sergipe também diminuiu entre os anos de 2012 e 2017. Em 2013, foram registrados 29 óbitos. Em 2016 o índice diminuiu consideravelmente, com 9 mortes. No ano de 2017, foram 8 casos.
O Diretor da Associação Nacional de Medicina do Trabalho, Gualter Maia, ressalta a importância das empresas se atentarem às condições físicas e psicológicas de seus colaboradores. “Se houver um tipo de ação das empresas no sentido de fazer com que a saúde dos seus colaboradores possa melhorar a cada dia, contribuir para que ele possa ter não só uma saúde física, mas também uma condição mental de excelência, de boa qualidade. Isso vai contribuir para a empresa”, defende.
Propostas da Indústria
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), em estudo que contém propostas para os candidatos à presidência da República, defende que são necessárias reformas na Previdência, que vão além da alteração da idade mínima e das regras de acesso à aposentadoria. Segundo a CNI, há uma importante agenda, associada à reformulação da gestão do sistema de concessão de benefícios previdenciários e acidentários de normas previdenciárias e de segurança e saúde no trabalho.
Para a entidade, é necessário realizar uma reforma de temas de segurança e saúde no trabalho e sistema de concessão de benefícios para estimular à prevenção de agravos e de afastamentos do trabalho, e criar condições para o retorno das pessoas a uma vida profissional plena.
A Gerente de Relações com o Mercado do SESI e SENAI de Sergipe, Silvia Delmondes, defende que as ações voltadas para saúde e segurança do trabalho colaboram para a redução de riscos e despesas nas empresas.
“Esse trabalho que é feito tem o objetivo de não só reduzir riscos, mas também de reduzir custos com a saúde e com o afastamento do funcionário. E cria também a cultura de prevenção a acidentes”, defende.
O advogado Rafael Rosset, que atua no setor trabalhista, também defende que as questões de saúde e segurança no trabalho estão diretamente ligadas à produção das empresas. “O que nós temos hoje por parte dos empresários é uma visão muito mais aberta em relação ao tema na medida que eles enxergam que um trabalhador que trabalhe em um ambiente seguro, ele vai ser muito mais produtivo. Então não existe um conflito, na verdade, entre a implementação das normas do ambiente de trabalho e o núcleo da empresa. Porque quanto mais seguro o trabalhador, mais satisfeito ele estará e mais produtivo ele será”, disse.
A mais recente pesquisa feita pelo SESI sobre segurança e saúde no ambiente de trabalho mostra que 71,6% das indústrias ouvidas estão dando prioridade à gestão de segurança e saúde dos trabalhadores. Na opinião de 76,4% dos entrevistados, o grau de atenção da indústria brasileira com o tema deve aumentar nos próximos anos.
Reportagem Paulo Henrique Gomes / Agência do Rádio Mais
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