Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC), iniciaram nesta segunda-feira (17), a segunda etapa do projeto ‘Performance de antígenos circulantes para diagnóstico da esquistossomose mansoni em residentes de área de alta endemicidade no Nordeste brasileiro’. Esta etapa consiste na aplicação dos métodos através do diagnóstico laboratorial a partir da coleta de amostras biológicas no Povoado Gentil, distante a 2 km da sede do município de Maruim/SE. A equipe de pesquisadores foi recepcionada pelo secretário municipal de Saúde e Saneamento, José de Souza Santos, e pela coordenadora municipal de Vigilância em Saúde, Claudenilza Cândida.
O projeto é coordenado pelo doutor em Parasitologia pelo Instituto de Ciências Biológicas /UFMG, Fernando Schemelzer de Moraes Bezerra, que é professor titular do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, da Universidade Federal do Ceará. Fernando Bezerra possui Pós-Doutorado pelo Natural History Museum de Londres e representa a Sociedade Brasileira de Parasitologia, no Ceará.
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O objetivo geral do projeto é avaliar os métodos de diagnóstico de antígenos circulantes (CCA e CAA) para detecção do Schistosoma mansoni em uma área de alta endemicidade no nordeste brasileiro. A pesquisa conta com apoio do Departamento de Morfologia, da Universidade Federal de Sergipe, e da Secretaria da Saúde do Estado de Sergipe (SES/SE).
De acordo com o coordenador do projeto, o professor Fernando Bezerra, de 2015 a 2017 foi realizado em todo Brasil, um inquérito nacional de prevalência de esquistossomose e geomitoses. O inquérito teve como objetivo, analisar o quadro da doença no país através de amostragens em todos os Estados e o Distrito Federal. “Fui o coordenador do projeto em cinco estados brasileiros, inclusive Sergipe. O estudou mostrou, que o Estado possui a maior prevalência da doença no Brasil. Dentro do Estado de Sergipe, conversamos com a coordenadora do programa de controle local, Sidney Sá, e solicitamos a indicação de uma área com o alto índice da doença para o desenvolvimento do projeto. O município de Maruim já apresentou em tempos atrás uma incidência elevada da esquistossomose e há algum tempo o programa estadual não desenvolvia atividades no município”, destacou.
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“Nosso projeto, amparado nas questões éticas, iniciou no município há mais ou menos um mês e meio, onde aplicamos os termos de esclarecimentos à comunidade para dar ciência, que o trabalho é de custo zero para eles. Assumimos um compromisso com as pessoas, para realizar o tratamento nos pacientes diagnosticados com a doença, pois temos a disponibilidade da medicação através de parcerias. Alguns exames serão feitos em Sergipe, outros na Universidade Federal do Ceará e outros nos Estados Unidos da América (EUA). A meta é concluir as etapas do projeto até o final deste ano”, concluiu o coordenador do projeto da UFC.
Dados da Secretaria Estadual de Saúde, identificaram que a área do estudo possui 48 famílias e 150 pessoas. A última intervenção realizada em 2008, identificou uma prevalência de 37,9% da esquistossomose na comunidade. Segundo o Ministério da Saúde, a esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. No Brasil, a Esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” e “doença dos caramujos”. E somente três espécies são consideradas hospedeiros intermediários naturais da esquistossomose: B. glabrata, B. straminea e B. tenagophila. Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospedeiro definitivo. O agente etiológico da esquistossomose é o Schistosoma mansoni.
A gerente do Núcleo de Endemias da Secretaria de Estado da Saúde, Sidney Sá, destacou a parceria do Estado com a universidade. “No projeto, vamos contribuir através da logística e apoio com recursos humanos, pois entendemos que o trabalho deve trazer um grande benefício para a sociedade. Uma vez, que Sergipe apresenta o maior índice de prevalência da doença, no Brasil, o diagnóstico vai nos ajudar a conscientizar a população pela importância da realização de um simples exame de fezes. Também chamamos a atenção dos nossos profissionais e dos nossos gestores para que a gente possa incrementar e implementar as ações do controle deste parasita”, pontuou.
Fonte: Ascom / Maruim