Dados do Centro Europeu de Desenvolvimento da Formação Profissional revelam que, na Áustria e na Finlândia, países com grande tradição nesse aspecto, o percentual de jovens que cursam itinerários vocacionais é de cerca de 70%. Em países como Alemanha, Dinamarca, França e Portugal, essa participação excede os 40%.
Enquanto nos países desenvolvidos o índice de jovens que estudam e cursam algum tipo de Educação Profissional chega a 70%, no Brasil, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), essa taxa não chega a 12%.
Segundo a Gerente de Educação Profissional do SENAI de Sergipe, Silvia Delmondes, os estudantes que optam por fazer cursos técnicos enquanto cursam o Ensino Médio adquirem benefícios que serão fundamentais ao longo de sua trajetória profissional.
“O jovem que sai com 17 anos de um Ensino Médio com educação profissional, um curso técnico, é um jovem diferenciado. Se ele entra em uma faculdade, ele se destaca. E se ele não entra em uma faculdade, ele pode ter uma carteira de trabalho e se colocar no mundo do trabalho sendo uma pessoa produtiva, podendo até pagar os seus próprios estudos”, explica.
Pessoas com dificuldade de inserção no mercado de podem conseguir oportunidades através dos cursos técnicos. Apesar da crise econômica, segundo pesquisa publicada pela Fundação Dom Cabral, em 2016, 40% das empresas que se deparam com problemas na hora da contratação apresentam dificuldades para encontrar profissionais qualificados de nível técnico.
“A educação profissional no curso técnico, no nível médio, abre portas para esses jovens. Dá uma liberdade muito maior do que o que eles sentem quando saem do terceiro ano do Ensino Médio, que é fechado, tem um objetivo direcionado para um vestibular, e se o aluno não passa, ele fica repetindo “N” vezes aquela fase do terceiro ano até conseguir passar para uma faculdade. Enquanto que aquele jovem que consegue fazer o Ensino Médio e a educação profissional, curso técnico, no terceiro ano não só tem maturidade, conhecimento e formação, mas ele está preparado para o mercado de trabalho”, explica Silvia Delmondes.
De acordo com outra pesquisa, realizada pela PUC-Rio, entre dois indivíduos com a mesma escolaridade, aquele que optou pela educação profissional terá 21,7% a mais de renda na região Nordeste.
Sergipe
De acordo com o site Ranking de Competitividade, o estado ocupa a 24ª posição entre todas as unidades federativas no pilar que trata da educação, em 2017.
Em 2016, o estado ocupou a 25ª colocação em relação à taxa de abandono do Ensino Fundamental. Em relação ao Ensino Médio, ficou na 24ª posição.
Na opinião da professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB), Débora Baren, melhorar a qualidade do ensino é primordial para o futuro dos jovens e setor produtivo sergipanos.
“Precisamos, primeiro, ter efetiva melhoria no ensino, que sabemos que existe lacuna efetiva no ensino das matérias exatas, existe lacuna do aluno ter o entendimento do que é aquilo em relação a vida dele, porque ele está aprendendo, boa parcela dos jovens consegue deter mais conhecimento quando conseguem entender o porquê. Onde aquilo se coloca na vida dele. Segundo, precisamos de políticas efetivas de inclusão da população de forma geral para o entendimento disso”, defende a professora da UnB.
Reportagem: Paulo Henrique Gomes / Agência do Rádio Mais
Reportagem: Paulo Henrique Gomes / Agência do Rádio Mais