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Madeira biossintética derivada do lixo preserva 22% das árvores desmatadas na Amazônia

3 de julho de 2018

Associação Nacional dos Inventores faz parceria com a EKT Global a fim de diminuir o extrativismo e o aquecimento global 


O desmatamento da Amazônia está beirando os 17% de sua vegetação, e o limite para o abismo climático seria de 20%, segundo pesquisa da Fundação das Nações Unidas publicada na revista Science Advances. A região retratada produz cerca de metade das chuvas que alimentam o ciclo da água na Terra, e para preservar essa área dentro de sua capacidade regenerativa, fatores como o desflorestamento devem ser reduzidos.
 
A madeira biossintética (MBS) é uma solução para o problema, já que substitui a natural na indústria, no comércio e em residências, e evita, assim, o desmatamento. Buscando investir em projetos sustentáveis, a Associação Nacional dos Inventores (www.inventores.com.br) apostou na iniciativa e fechou uma parceria com a EKT Global, que produz máquinas desenvolvedoras do produto.

O principal material da madeira biossintética, o Composto Biossintético Industrial (CBS), é proveniente de qualquer detrito, de embalagem plástica a lixo de banheiro. “A possibilidade de utilizar um recurso que já havia sido desprezado é o ponto-chave do negócio; temos que mudar nossa concepção de lixo, porque ele nada mais é do que uma sobra mal destinada. É uma questão de encontrar a finalidade mais adequada para cada matéria”, comenta Helmut Johan, diretor da EKT. 
 
Segundo relatório das Nações Unidas, o Brasil é o maior produtor de dejetos na América Latina: são quase 80 milhões de resíduos sólidos por ano e apenas 3% desse montante é reciclado.
 
Como solução para esse cenário, a madeira biossintética substitui a tradicional, além de ser um material sustentável, duradouro e com apelo estético. “O desflorestamento é uma atividade enraizada na história do Brasil, e nós buscamos alternativas que solucionem essa problemática. A MBS é um produto que pode suprir, sem prejuízo, a forma convencional e reduzir o extrativismo”, afirma Johan. Desse modo, o produto evita o desmatamento, que é um dos fatores responsáveis pelo aquecimento global.
 
Com base nos estudos feitos pela EKT, os índices anuais brasileiros de preservação florestal seriam extremamente expressivos se o uso da MBS fosse efetivo. Um total de 22% das árvores derrubadas na Amazônia estariam protegidas, o que equivale a 50 milhões de metros cúbicos de madeira biossintética e 11 milhões de habitações com sessenta metros quadrados.
 
Para Lucas Fontes, gerente de projetos da EKT Global, a parceria com a Associação Nacional dos Inventores é um fator importante  para esses indicativos se tornarem realidade. “É uma excelente possibilidade de se vincular a empresas e profissionais que possam colaborar com nosso desenvolvimento sustentável. Validaremos pesquisas e tecnologias”.
 
Para reduzir os impactos gerados pela extração de recursos naturais e deixar claro qual o papel de cada ser vivo dentro do ecossistema, a conjuntura dessas empresas visa tornar essa missão um pouco menos desafiadora. “Sempre tivemos uma ênfase especial para projetos de sustentabilidade.
 
Essa é uma iniciativa audaciosa e sabemos que vários inventores pensam nisso, gostamos de apoiar esse tipo de empreendimento”, diz o presidente da ANI, Carlos Mazzei, cujo objetivo com essa parceria é localizar investidores a fim de expandir as usinas de produção de madeira biossintética. Já existem células na Argentina e nos Estados Unidos.
 

Sobre a Associação Nacional dos Inventores
Instituição que auxilia inventores a comercializar seus inventos. Criada em 1986 por Carlos Mazzei, a Associação Nacional dos Inventores fomenta o desenvolvimento de novos produtos no Brasil, desde dispositivos que ajudam na modalidade urbana até relativos à saúde, lazer, educação, etc. Além de facilitar o contato de inventores com a indústria, a ANI ajuda no registro das patentes – ao todo, já são cerca de 20 mil. Em 1992, a Associação criou o Museu das Invenções, único do tipo na América Latina e instalado no mesmo prédio, em Perdizes, São Paulo (SP).www.inventores.com.br. 

Fonte: PressWorks


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